Rachel Chinouriri estreia no Brasil com indie rock vulnerável: ‘Meio Brat, meio
Sabrina Carpenter’
Revelação britânica faz show no Cine Joia nesta quarta (1º). ‘Ficar famosa mais
velha foi a melhor coisa para mim… agora eu me sinto mentalmente preparada’,
diz ela ao DE.
Quem é Rachel Chinouriri: a britânica que desafia rótulos do indie rock
[https://s04.video.glbimg.com/x240/13960071.jpg]
Quem é Rachel Chinouriri: a britânica que desafia rótulos do indie rock
Rachel Chinouriri é uma das vozes mais interessantes da nova cena britânica. Aos
26 anos, ela já chamou atenção de Adele e saiu em turnê com Sabrina Carpenter.
Nesta quarta-feira (1º), a cantora sobe ao palco do Cine Joia, em São Paulo,
para sua estreia no Brasil.
O início foi longe dos grandes palcos. O primeiro EP, “Bedroom Tales” (2016),
foi gravado em casa, com o que tinha em mãos: um microfone de 20 euros e o
software GarageBand. A composição começou na adolescência, quando ela enfrentava
bullying e racismo na escola.
> “Fiz um post no Instagram que viralizou e abriu muitas portas para mim… mas
> no começo era muito frustrante, especialmente como uma mulher negra, porque
> você não quer ser vista como ‘reclamona’ nesta indústria”, conta em entrevista
> ao DE.
Ela saiu em turnê com Sabrina Carpenter durante a perna europeia da “Short n’
Sweet Tour”, com 20 shows. “O profissionalismo dela me impressionou. Mesmo
cansada e com uma turnê estressante, ela é divertida e atenciosa com toda a
equipe.”
1 de 3 Rachel Chinouriri e Sabrina Carpenter na turnê ‘Short n’ Sweet’ — Foto:
Divulgação/Redes Sociais
Rachel Chinouriri e Sabrina Carpenter na turnê ‘Short n’ Sweet’ — Foto:
Divulgação/Redes Sociais
Formada pela The BRIT School (a mesma escola que revelou Adele e Amy Winehouse)
Rachel vê a educação gratuita como essencial para abrir portas a jovens negros.
“Foi graças a esse lugar e às pessoas que conheci lá que pude construir essa
carreira.”
ZIMBÁBUE X INGLATERRA: UM CONTRASTE FAMILIAR
Filha de pais que foram crianças-soldado na Guerra da Independência do Zimbábue,
Rachel cresceu em uma família “essencialmente militar”, com rigidez, cicatrizes
emocionais e marcas de violência atravessadas por gerações.
Essa dualidade entre raízes africanas e vida londrina também aparece em suas
músicas. Na faixa-título do álbum de estreia, “What a Devastating Turn of
Events” (2024), a cantora relembra o suicídio de uma parente. Ela também expõe o
contraste entre como sua família zimbabuense reagiu e como ela, imersa na
cultura londrina, vivenciou a perda.
MÚSICA COMO AUTODEFESA
2 de 3 Capa do álbum ‘What a Devastating Turn of Events’ de Rachel Chinouriri —
Foto: Divulgação / redes sociais
Capa do álbum ‘What a Devastating Turn of Events’ de Rachel Chinouriri — Foto:
Divulgação / redes sociais
No início da carreira, era comum verem seu trabalho categorizado como hip-hop ou
R&B apenas por ela ser uma mulher negra. Assim como outros artistas já
apontaram, entre eles Tyler, The Creator e Beyoncé, Rachel critica esse
enquadramento automático.
> Seu projeto também é uma forma de resgate cultural. Musicalmente, ela
> equilibra britpop, guitarras indie e estética Y2K (moda e estética dos anos
> 2000) com vulnerabilidade, sensualidade e autoconfiança. “Meio Brat, meio
> Sabrina Carpenter”.
Adele chegou a citá-la em um de seus shows: gesto que a projetou, mas também
trouxe pressão. A diferença, segundo ela, é que agora está pronta para lidar com
a fama.
Rachel Chinouriri chega ao Brasil em um momento de virada, tanto pessoal quanto
artística. No palco, ela canta sobre drama adolescente, identidade,
pertencimento e racismo. Tudo isso, claro, vem com a estética vibrante dos anos
2000 e a intensidade de quem encara as próprias cicatrizes sem medo.
3 de 3 Capa do single ‘So My Darling’ de Rachel Chinouriri — Foto: Divulgação /
redes sociais
Capa do single ‘So My Darling’ de Rachel Chinouriri — Foto: Divulgação / redes
sociais