Cinco de seis bicas monitoradas em Piracicaba têm água imprópria para consumo,
diz Semae; veja lista
A cidade conta com diversas fontes de água; no entanto, apenas seis são
monitoradas pelo Semae, e a única bica com água própria para consumo fica
próxima ao Varejão da Paulista.
Análise do Semae aponta que água de bicas de Piracicaba está contaminada
[https://s02.video.glbimg.com/x240/13976253.jpg]
Análise do DE aponta que água de bicas de Piracicaba está contaminada
Cinco de seis bicas públicas monitoradas pelo Serviço Municipal de Água e Esgoto
(Semae) de Piracicaba
[https://DE.globo.com/sp/piracicaba-regiao/cidade/piracicaba/] estão
contaminadas por coliformes fecais, bactérias que indicam que a água não é
própria para consumo humano – veja explicação de especialista abaixo.
As bicas monitoradas pelo SE ficam:
* Duas na região da Vila Rezende;
* Uma em Santa Olímpia;
* Uma na Estrada do Bong (Castelinho);
* Uma na rodovia que liga Piracicaba a Rio Claro;
* Uma no bairro Paulista.
Segundo o DE, apenas a bica que fica ao lado do Varejão da Paulista
apresentou água própria para o consumo. No entanto, o entorno da bica registrou
sinais de uso indevido, como sabonetes e resíduos de limpeza pessoal, o que pode
comprometer a qualidade da água captada pelos usuários.
MORADORES USAM ÁGUA IMPRÓPRIA
1 de 2 Moradores pegam água na Bica do Vale do Sol, não monitorada pelo DE de
Piracicaba (SP) — Foto: Edijan Del Santo/EPTV
Moradores pegam água na Bica do Vale do Sol, não monitorada pelo DE de
Piracicaba (SP) — Foto: Edijan Del Santo/EPTV
Apesar do alerta, moradores buscam água nesses pontos para beber e cozinhar,
como constatou a produção da EPTV, afiliada da TV Globo – veja vídeo acima.
Na Estrada do Bong, por exemplo, a placa que alertava para a contaminação foi
arrancada e frequentadores improvisaram passagens com madeira para acessar a
fonte.
> “Aqui era sítio quando comecei a vender caldo de cana, agora virou cidade. Não
> tem como consumir [a água]. Faz 40 anos que trago água de casa e trabalho com
> água de casa”, afirma o comerciante local José Eleutério.
No bairro Nhô Quim, região da Vila Rezende, há situação se repete com a ‘Sete
Bicas’. Apesar das análises apontarem contaminação, moradores afirmaram consumir
a água há décadas.
> “Uso há 60 anos para beber. Nunca tive problema”, disse o aposentado José
> Alélio Pressoto.
Moradores ainda consomem água de bicas não monitoradas pelo DE. É o caso da
bica no bairro Vale do Sol.
> “A água é muito boa, tem gente que fica de 2 a 3 horas na fila para pegar”,
> informa o operador de empilhadeira, Marcelo Felipe, sobre a bica do Vale do
> Sol.
2 de 2 Parte da água tratada pelo DE em Piracicaba vem do Rio Corumbataí —
Foto: Reprodução/EPTV
Parte da água tratada pelo DE em Piracicaba vem do Rio Corumbataí — Foto:
Reprodução/EPTV
O QUE DIZ ESPECIALISTA
Mesmo quando a análise não aponta contaminação em determinado momento, a
qualidade da água pode variar rapidamente, afirmou o engenheiro químico Jair
Sebastião da Silva Pinto, da Esalq/USP.
> “A pessoa pode contrair diarreia, cólera e outras doenças. Crianças estão
> ainda mais vulneráveis”, alerta o engenheiro.
A recomendação é que a população, que tem o hábito de pegar água em bicas, ferva
o líquido por ao menos três minutos para reduzir o risco de doenças.