Brasil tem 41 notificações de intoxicação por metanol; SP lidera com 37 casos

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Brasil tem 41 notificações de intoxicação por metanol; SP tem 37 casos

Em São Paulo, são 10 casos confirmados de contaminação por bebida com metanol, e
27 estão em investigação quanto à causa da intoxicação. Em Pernambuco, são 4
casos suspeitos de intoxicação por metanol. Foi registrado um óbito em São
Paulo, enquanto outros sete seguem em investigação no país.

Metanol em bebidas: só teste de laboratório pode detectar

O Brasil registrou 41 notificações de intoxicação por metanol, até esta
quarta-feira (1º), de acordo com o Centro Nacional de Informações Estratégicas
em Vigilância em Saúde (CIEVS Nacional)

Desses, 37 são em São Paulo — sendo 10 casos confirmados de intoxicação por
metanol em bebida e 27 em investigação quanto à origem da contaminação — e 4 em
investigação em Pernambuco. Foi registrada uma morte em São Paulo, enquanto
outras sete seguem em investigação, cinco em São Paulo e dois em Pernambuco.

“O Ministério da Saúde enviou, nesta terça-feira (30), uma nota técnica a todos
os estados e municípios, orientando que qualquer suspeita de intoxicação por
metanol seja notificada imediatamente. O documento também traz diretrizes para
que os serviços de saúde adotem a condução adequada dos casos e garantam a
comunicação rápida das ocorrências.”

VEJA OS NÚMEROS DO BALANÇO MAIS RECENTE DO GOVERNO DE SP:

Casos:

* há 10 casos confirmados de intoxicação por metanol.
* outros 27 casos estão sob investigação (nesses casos, é preciso confirmar se
a pessoa ingeriu intencionalmente ou não o metanol. Os pacientes devem ser
submetidos a exames).

Mortes:

* Uma morte confirmada por intoxicação por metanol após consumo de bebida
adulterada.
* Cinco mortes sob investigação (nesses casos, também é necessário esperar que
os exames confirmem em quais circunstâncias houve ingestão de metanol).

A intoxicação por metanol a partir do consumo de bebidas alcoólicas batizadas —como gin, vodca e whisky — já provocou casos de internação grave, perda de visão e até mortes no estado de São Paulo nas últimas semanas. O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos, é altamente perigoso quando ingerido. Inicialmente, ataca o fígado, que o transforma em substâncias tóxicas que comprometem a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e até morte. Também pode provocar insuficiência pulmonar e renal.

Até o momento, seis mortes estão relacionadas à intoxicação. Uma delas já foi comprovadamente causada pelo consumo de bebida adulterada, enquanto outras cinco seguem em apuração. As autoridades não divulgaram oficialmente a identidade das vítimas, mas a TV Globo e o DE conseguiram localizar alguns dos pacientes. A seguir, conheça as histórias de pessoas que tiveram a vida profundamente afetada após o consumo de bebidas adulteradas.

ADEGA NA ZONA SULNo dia 30 de agosto, Rafael Anjos Martins, de 28 anos, comprou duas garrafas de gin, além de gelo de coco e energético, em uma adega localizada na região da Cidade Dutra, na Zona Sul da capital. Em seguida, ele se reuniu com quatro amigos em casa para confraternizar. Nenhum deles desconfiou da adulteração. Poucas horas depois do consumo, Rafael começou a passar mal e foi levado às pressas para o hospital. Os médicos realizaram procedimentos para remover a toxina do sangue, mas o metanol já havia atingido o cérebro e o nervo óptico. Desde então, o jovem está em coma, internado na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital de Osasco, respirando com ajuda de aparelhos.

Os amigos, que ingeriram a bebida adulterada em menor quantidade, também
sofreram consequências. Nathalia Carozzi Gama contou à TV Globo que a visão foi
afetada.

“As coisas estavam com muito contraste e muita falta de ar, com mal-estar, um
peso no corpo. Eu fui para o hospital, fizeram o exame e viram que estava com
metanol”, relatou.

BAR NOS JARDINSA designer de interiores Radharani Domingos, de 43 anos, perdeu a visão após
consumir três caipirinhas feitas com vodca em no bar Ministrão na Alameda
Lorena, bairro nobre de São Paulo. O local foi interditado. Ela chegou a ser internada na UTI, onde sofreu convulsões e precisou ser
intubada, mas recebeu alta para o quarto nesta segunda (29).

Era uma região nobre, não era nenhum boteco de esquina. Causou um estrago bem
grande. Não estou enxergando nada”, disse Radharani ao Fantásrico. No local, a
polícia apreendeu cerca de 100 garrafas de bebidas destiladas suspeitas de
adulteração.

Segundo a irmã dela, Lalita Domingos, ainda não há previsão de alta. “O
oftalmologista entrou com tratamentos para reverter o quadro da visão, mas ela
[visão] permanece comprometida. Estamos na expectativa de que algo mude.”

SHOW DE PAGODENo domingo (28), Bruna Araújo de Souza, de 30 anos, saiu para assistir a um show
de pagode com amigos em um bar de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
Durante a tarde e a noite, ela consumiu algumas doses de bebida, incluindo um
“combo” de vodca com suco de pêssego.

Na manhã seguinte, Bruna começou a sentir sintomas como dor intensa no corpo,
falta de ar e visão embaçada. Foi levada a uma UPA da cidade, mas seu quadro se
agravou rapidamente e ela precisou ser transferida entubada para o Hospital de
Clínicas de São Bernardo, onde permanece em estado grave.

“As coisas estavam com muito contraste e muita falta de ar, com mal-estar, um
peso no corpo. Eu fui para o hospital, fizeram o exame e viram que estava com
metanol”, relatou.

Caso de Wesley Pereira, de 31 anos, começou em agosto, quando ele participou
de uma festa na Zona Sul da capital paulista. Em determinado momento da comemoração, Wesley consumiu whisky que havia sido levado
ao local. Poucas horas depois, passou mal e entrou em coma.Desde então, ele permanece internado no Hospital do Campo Limpo. Segundo a
família, Wesley sofreu uma série de complicações: teve pneumonia por
broncoaspiração, um dos rins parou de funcionar e, quando os médicos reduziram a
sedação para tentar acordá-lo, ele sofreu um AVC.

Marcelo Lombardi, de 45 anos, dono de uma imobiliária familiar na região do Sacomã, Zona Sul de São Paulo, morreu após consumir uma
garrafa de vodca adulterada. Segundo a família, ele comprou a bebida em uma adega
para beber em casa, sem suspeitar de irregularidades.

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