Neste contexto de corrupção e crime organizado, a prisão do presidente da Mocidade Independente de Padre Miguel, Flávio da Silva Santos, conhecido como Pepé ou Flávio da Mocidade, chocou o estado do Rio de Janeiro. Segundo as investigações do Ministério Público do Rio (MPRJ), Flávio gerenciava o pagamento de propina a agentes públicos, resultando em valores que ultrapassavam os R$ 500 mil destinados a batalhões e delegacias. Esta revelação veio à tona durante a operação contra a “nova cúpula do bicho”.
Flávio foi descrito como o braço direito do bicheiro Rogério de Andrade, ambos acusados de organização criminosa, exploração de jogos de azar e corrupção ativa. O Ministério Público afirma que eles lideram a principal organização da contravenção no estado. A operação coordenada pelo Gaeco/MPRJ resultou em dois mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão. Flávio tentou se esconder, mas acabou se entregando e sendo levado para a Cidade da Polícia.
Além de Pepé e Rogério, Vinicius Drumond, filho do ex-presidente da Imperatriz Leopoldinense, Luizinho Drumond, também foi alvo da operação. A busca resultou em apreensões de carros, dinheiro e equipamentos ligados ao jogo do bicho. Os mandados foram cumpridos em vários endereços, incluindo propriedades na capital fluminense, na quadra da Imperatriz Leopoldinense e em um haras em Cachoeiras de Macacu.
O esquema criminoso dos denunciados envolvia a corrupção de unidades da Polícia Civil e Militar, viabilizando suas atividades ilícitas. O MP revelou que Pepé e Rogério comandam a exploração de jogos de azar no Rio desde 2014, além de estarem envolvidos em disputas violentas com grupos rivais. A Polícia Civil informou que não compactua com desvios de conduta, enquanto a Polícia Militar realizou a condução de um policial militar identificado durante a operação para prestar esclarecimentos.
A Mocidade Independente de Padre Miguel e as defesas dos acusados preferiram não se pronunciar sobre o caso. A operação realizada em conjunto com a Draco-IE da Polícia Civil visa combater a criminalidade organizada no estado. Enquanto isso, a população aguarda por respostas e ações concretas para eliminar a corrupção enraizada em instituições públicas e privadas. Este caso evidencia a importância da atuação firme e transparente das autoridades no combate ao crime e à impunidade.