Cotas PCD: Unicamp aumenta em 51% o número de vagas para ingresso em 2026
Pela primeira vez, Medicina e Ciência da Computação estão entre os cursos com reservas de vagas para PCDs. Ao todo, são 47 vagas para ingresso em 2026. Apesar do crescimento, número representa menos da metade do idealizado.
Candidatos durante aplicação da prova Unicamp 2024 — Foto: Leandro Ferreira/de
As cotas para pessoas com deficiência (PCDs) nos cursos de graduação da Unicamp começaram a valer para candidatos que ingressaram em 2025. A previsão era de que cada curso reservasse 1 a 2 vagas, representando 5% do total das 2.530 vagas. Mas esse número é uma meta e não uma realidade.
Segundo levantamento feito pela Comvest, para o ingresso em 2025, foram reservadas 31 vagas para PCDs — sendo que 22 alunos conseguiram passar no exame e entrar pela modalidade. Para o ano que vem, 47 vagas estão sendo oferecidas — um aumento de 51%. Apesar do crescimento, a quantidade ainda é menos da metade da meta proposta pelo Conselho Universitário: 126 vagas.
A inscrição para concorrer às cotas PCDs é feita pelo Enem-Unicamp e não pelo Vestibular da Unicamp. Para ter direito às vagas, o candidato deve atestar sua deficiência, conforme previsto no artigo 14-B da Deliberação CONSU-A-032/2017. Podem concorrer alunos oriundos de escola pública e privada.
Para que a universidade alcance o número de vagas almejado, não basta fazer a reserva no exame. Uma série de mudanças precisa acontecer para acomodar os alunos ingressantes ao longo de toda a graduação. Cada curso precisa estar preparado para receber alunos com diferentes tipos de deficiência.
MEDICINA E CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
De acordo com José Alves, diretor da Comvest, muitos cursos não tinham condição de fazer a adaptação quando a política de cotas foi aprovada, em deliberação pelo Conselho Universitário em 2024. As mudanças estão sendo feitas aos poucos. O prazo para cursos nos quais a necessidade de adaptação do ambiente é maior é de 5 anos.
“No ano passado foram pouquíssimos cursos, basicamente de licenciatura. Este ano, tem bem mais. Inclusive, o curso de medicina e de ciência da computação, estão oferecendo vagas para pessoas com deficiência este ano”, conta o diretor.
Ambos os cursos figuram entre os mais concorridos da universidade, em primeiro e terceiro lugar, respectivamente. Há uma vaga para medicina e 2 vagas para ciência da computação. Confira abaixo as vagas disponíveis.
Ainda segundo José Alves, a Unicamp tem como objetivo espelhar a diversidade que existe na sociedade, mas o desafio não está apenas nas cotas para ingresso, está na base e, também, dentro de casa.
> “Nós não vemos esse público dentro da universidade. Nós não vemos esse público nas escolas. Esses estudantes, muitas vezes, sofrem o boicote das próprias famílias, de não terem direito à escolarização. Tem muitos preconceitos que, às vezes, começam dentro da própria casa”, afirma Alves.
COMO CONCORRER ÀS COTAS?
Para concorrer às cotas PCDs, o estudante deve se inscrever para o processo seletivo Enem-Unicamp 2026. Assim, os candidatos poderão utilizar sua pontuação exclusivamente da edição do Enem de 2025.
Para ter direito às vagas, o candidato deve atestar sua deficiência, conforme previsto no artigo 14-B da Deliberação CONSU-A-032/2017. Podem concorrer alunos oriundos de escola pública e privada.
O Vestibular da Unicamp oferece atendimento especial aos candidatos com deficiência ou em condições que exijam recursos específicos, tais como: caderno de questões com letra ampliada, auxílio para transcrição, maior tempo para a realização da prova, direito a ledor para realizar a leitura da prova, transcrição da redação e outros recursos, a depender da necessidade comprovada.
Segundo levantamento da Comvest, o número de candidatos que estão requerendo atendimento especial aumentou desde o ano passado. Em 2024, foram analisados 1.489 pedidos. Já este ano, estão sendo analisados 1.976.