O prefeito Sandro Mabel (UB) tentou apagar fogo com gasolina durante a prestação de contas na Câmara Municipal na última quinta-feira (2). Acuado por uma nota de repúdio aprovada por unanimidade pela Casa após chamar vereadores de “malandrinhos”, o gestor iniciou seu discurso com um pedido de desculpas “involuntário” .
A estratégia de apaziguamento, no entanto, durou pouco. Minutos depois de concluir sua fala, que se estendeu por cerca de uma hora e meia, Mabel deixou o plenário e não respondeu aos questionamentos dos parlamentares . A saída precoce, justificada por “compromissos” não detalhados em sua agenda oficial, foi classificada como “covarde” pelo vereador Igor Franco (MDB), que era o líder do prefeito até recentemente .
O episódio criou nova onda de insatisfação e expôs a fragilidade do relacionamento do Executivo com o Legislativo. Vereadores como Aava Santiago (PSDB) e Lucas Vergílio (MDB) criticaram a atitude, e o vereador Coronel Urzêda (PL) anunciou que proporá um projeto de lei para obrigar a permanência do prefeito durante todo o processo de prestação de contas . A lição que fica para Mabel: na política, tão importante quanto pedir desculpas é ter disposição para ouvir.