MA tem duas finalistas na etapa nacional do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2025; conheça as empreendedoras

Vilena Silva e Camila Policarpo foram classificadas na etapa regional e agora avançam para a disputa nacional, que acontecerá no mês de outubro, em Florianópolis (SC).

Vilena Silva (à esquerda) e Camila Policarpo (à direita) vão representar o Maranhão na etapa nacional do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2025. — Foto: Divulgação/Sebrae

As empreendedoras Vilena Silva e Camila Policarpo vão representar o Maranhão na etapa nacional do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2025. Elas foram classificadas na fase regional e participarão da final nos dias 30 e 31 de outubro, em Florianópolis (SC). Durante o evento, também vão integrar uma missão técnica de capacitação com outras vencedoras regionais.

Vilena concorre na categoria Ciência e Tecnologia. Camila disputa como Microempreendedora Individual (MEI). No dia 20 de agosto, elas venceram a etapa estadual em São Luís (MA), com troféus ouro, e avançaram para a fase regional. Após avaliação de uma comissão formada por especialistas do Sistema Sebrae, as duas alcançaram as maiores pontuações em suas categorias e garantiram vaga na final nacional.

Segundo Edila Neves, diretora de Administração e Finanças do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no Maranhão, o resultado mostra o impacto positivo do trabalho das empreendedoras.

> “É com muita alegria que celebramos a classificação das empreendedoras Vilena Silva e Camila Policarpo para a etapa nacional do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. Esse reconhecimento mostra a força, a criatividade e a determinação das mulheres maranhenses que empreendem e transformam realidades. Para nós, é motivo de orgulho ver o talento do Maranhão sendo destaque em um prêmio tão importante para o empreendedorismo feminino no Brasil”, afirmou.

GESTÃO CLIMÁTICA ACESSÍVEL

A empreendedora Vilena Silva, de São Luís (MA), concorre ao prêmio pela categoria Ciência e Tecnologia. — Foto: Divulgação/Sebrae

Vilena Silva é fundadora da Compensei, startup que oferece soluções de gestão climática para empresas, eventos e órgãos públicos. A plataforma digital permite calcular, reduzir e compensar emissões de gases de efeito estufa (GEE). O diferencial, segundo Vilena, é conectar sustentabilidade à imagem da marca.

> “A Compensei tem se destacado no cenário nacional por tornar a gestão climática acessível a pequenos negócios, usando tecnologia, ciência e uma linguagem descomplicada. Oferecemos não só o cálculo e compensação de carbono, mas também certificados e narrativas de impacto que valorizam a comunicação dos nossos clientes. Agora estamos avançando na implementação de Inteligência Artificial para facilitar ainda mais a usabilidade da plataforma”, detalhou.

Vilena começou a empreender ainda criança, ajudando os pais no comércio de roupas no interior do Maranhão. Mais tarde, mudou-se para São Luís, formou-se em biologia e trabalhou na área de gestão ambiental em uma empresa do setor de energia. Foi nesse período que percebeu a dificuldade dos pequenos negócios em acessar soluções sustentáveis.

> “Quando criança, eu já ajudava meus pais no comércio e vivi a realidade de quem trabalha duro todos os dias para manter um negócio de pé, e por isso, empreender sempre foi algo natural pra mim. Mais tarde, ao atuar como consultora do Sebrae, percebi a necessidade de traduzir as ferramentas usadas por grandes empresas para a realidade de quem empreende com poucos recursos, e isso se tornou minha dissertação de mestrado: Desmistificando a Implementação da Gestão Ambiental em MPEs”, explicou.

Durante a pandemia, Vilena começou a planejar uma solução voltada para pequenos negócios. Em 2022, fundou a Compensei com apoio do programa Startup Nordeste, do Sebrae. Desde então, a empresa cresceu e expandiu para outros estados.

> “A Compensei vem crescendo desde 2022 e, em 2024, quadruplicamos o faturamento em relação ao ano anterior. Expandimos nossa atuação em vários estados e fortalecemos nossa presença no mercado com investimentos em tecnologia, atendimento personalizado e parcerias estratégicas, como o Sebrae e a Fundação de Turismo de MS, que ampliaram nossa visibilidade e atraíram novos clientes”, acrescentou Vilena.

DOCES COM IDENTIDADE REGIONAL

A empreendedora Camila Policarpo, de Imperatriz (MA), concorre ao prêmio pela categoria Microempreendedora Individual. — Foto: Divulgação/Sebrae

Camila Policarpo é dona da Ducié, confeitaria de Imperatriz, especializada em doces finos e tradicionais. A empresa se destaca pela produção artesanal e por criar receitas autorais, como brownies feitos com coco babaçu.

> “Enquanto muitas empresas seguem receitas tradicionais, buscamos inovar com combinações únicas, como doces com gorgonzola e brownies meio amargos, oferecendo sabores diferenciados ao público. Essa busca por originalidade, aliada à valorização da cultura local, trouxe uma nova proposta ao mercado e gerou reconhecimento, como a premiação no 4º Festival Gastronômico de Imperatriz”, afirmou a empreendedora.

Camila sempre gostou de fazer doces. Após a pandemia, com risco de demissão no trabalho formal, decidiu empreender. Começou testando receitas na cozinha da mãe, com poucos recursos.

Meses depois, foi demitida e usou o seguro-desemprego para investir em cursos e ingredientes. Com o tempo, montou sua própria cozinha e, com ajuda de aulas on-line, aprimorou técnicas e criou novas receitas.

> “Com muito esforço e adaptações, consegui montar minha própria cozinha, com equipamentos que tornaram a produção mais eficiente. Iniciei essa jornada sozinha, financiando tudo com o que tinha. Mais tarde, com o apoio do meu esposo, conseguimos adquirir utensílios e eletrodomésticos que ajudaram a impulsionar a produção. Com o tempo, percebi a necessidade de inovação para me destacar: desenvolvi receitas autorais, como o doce de gorgonzola, brownie meio amargo e o brownie de coco”, finalizou.

RECORDE DE INSCRIÇÕES

O Prêmio Sebrae Mulher de Negócios reconhece histórias de mulheres que transformam suas comunidades por meio do empreendedorismo. Em 2025, o Maranhão bateu recorde de inscrições: foram 438 válidas, o maior número do Nordeste e o segundo do país, atrás apenas de São Paulo.