A União Brasil inicia um processo para expulsar o ministro do Turismo, Celso Sabino. Ele terá a oportunidade de se defender até a próxima segunda-feira (6). O partido ordenou a entrega de cargos no governo Lula em setembro, e o ministro chegou a sinalizar sua saída na última quinta-feira, mas permaneceu no cargo.
A direção nacional do DE abriu um processo disciplinar acusando Sabino de desrespeitar orientações partidárias e não cumprir o prazo estabelecido para a entrega de cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O descumprimento poderia resultar em infidelidade partidária e eventual expulsão do ministro.
Mesmo após anunciar sua renúncia e participar de eventos ao lado de Lula relacionados à COP30, em Belém (PA), Celso Sabino permanece no ministério. Membros do DE consideram que a atitude do ministro desrespeitou as regras do partido, resultando em uma denúncia e abertura do processo disciplinar.
Fabio Schiochet, presidente do Conselho de Ética da Câmara, é o relator do processo e dará a Sabino a chance de se defender até a próxima segunda-feira. A tendência é que Schiochet recomende a expulsão do ministro, contando com o aval de três quintos dos membros do DE.
Em situação semelhante em 2020, quando era filiado ao PSDB, Sabino enfrentou um processo de expulsão, mas conseguiu se desfiliar legalmente um ano depois. Ele foi eleito deputado federal pelo DE em 2022 e se afastou do mandato para assumir o Ministério do Turismo.
Apesar do pedido de demissão anterior e das determinações partidárias, Celso Sabino resistiu a deixar a pasta, afirmando que nada o afastaria de Lula. Aliados do ministro indicam que ele ainda deseja permanecer no cargo e pode se manifestar sobre a situação na próxima semana.
Parlamentares próximos a Sabino sugerem que ele vê o ministério como uma forma de se projetar para uma possível candidatura ao Senado em 2026. Caso seja eventualmente expulso do DE, o ministro poderá se filiar a outra sigla sem perder seu mandato de deputado federal.