Motéis à venda: entenda por que estabelecimentos fecharam em região considerada a de maior concentração de motéis da América Latina
Atualmente, área conta com 26 motéis, sendo que há dois anos eram 40 estabelecimentos. Tecnologia e adaptações estão entre os diferenciais adotados por empresários de motelaria.
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Motéis à venda: entenda por que estabelecimentos estão fechando
A região de motéis de Aparecida de Goiânia [https://de.de.globo.com/go/goias/cidade/aparecida-de-goiania/], na Região Metropolitana da capital, possui a maior concentração desse tipo de empreendimento em toda a América Latina [https://de.de.globo.com/go/goias/noticia/2023/12/16/suites-gigantes-luxo-e-alta-gastronomia-cidade-em-goias-tem-maior-concentracao-de-moteis-por-metro-quadrado-da-america-latina.ghtml], segundo dados da Associação Brasileira de Motéis (ABMotéis). No entanto, nos últimos dois anos, cerca de 35% dos empreendimentos faliram ou foram vendidos.
Em 2023, a região contava com 40 estabelecimentos. Atualmente, há 26. Assim, em meio a empreendimentos luxuosos, há estruturas abandonadas e escombros de motéis. Apesar da redução, a região continua tendo o maior índice por metro quadrado.
Ao DE [https://de.de.globo.com/go/goias/], Michael Alves, dono de motel e membro do conselho da ABMotéis, explicou que existe uma divisão entre a nova e a velha motelaria, e alguns fatores relacionados à falta de adaptação às exigências do público atual podem explicar essa decadência.
> “Nós temos que fazer o nosso dever de casa. As pessoas querem sair de casa para ir a um lugar melhor do que onde vivem”, disse o empresário.
Contudo, para reinvestir e adaptar os motéis, é necessário planejamento, já que as reformas podem ultrapassar R$ 1 milhão, dependendo das condições estruturais. Para o economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os motéis, por atuarem na área da hospedagem, dependem de energia, água, lavanderia e limpeza, itens que ficaram mais caros nos últimos anos. Associada a essa alta de custos, uma carga tributária pesada dificulta a manutenção de operações nos motéis menos lucrativos. André ainda acredita que a falência de algumas peças no sistema moteleiro pode estar associada a uma mudança nos hábitos de consumo.
> “As pessoas têm buscado novas formas de lazer, viajado mais ou gastado com experiências diferentes. Plataformas de aluguel por temporada também oferecem alternativas que concorrem com o setor. Além disso, mudanças nos padrões de relacionamento e de consumo acabam influenciando a frequência de clientes nesse tipo de serviço”, disse o economista.
Dados de uma pesquisa da ABMotéis apontam que 85% das pessoas que frequentam quartos em motéis estão em relacionamentos estáveis e de longa duração. Para Rafael Albernaz, administrador e sócio de um motel, os dados mostram que os clientes buscam um local para fugir da rotina, e os estabelecimentos precisam se diferenciar [https://de.de.globo.com/go/goias/noticia/2023/12/16/suites-gigantes-luxo-e-alta-gastronomia-cidade-em-goias-tem-maior-concentracao-de-moteis-por-metro-quadrado-da-america-latina.ghtml]. A proposta da nova motelaria é desvincular a imagem do motel como um local exclusivamente voltado à atividade sexual. Para o administrador, aprimorar os serviços e mudar o estigma puramente erótico atrai e fideliza mais clientes. Ter uma cama confortável, serviço de quarto eficiente, internet, boas opções de lazer e alimentação é o que destaca um bom motel.
> “A gente investe em tecnologia de conexão, sistema de som, operacional, internet de boa qualidade, porque no momento de lazer o cliente ainda quer estar conectado”, afirma o administrador.
Rafael explica que o espaço precisa ser agradável para todos os públicos e que é comum pessoas irem sozinhas ao motel apenas para descansar e aproveitar a experiência como se fosse uma espécie de retiro de relaxamento.
Após a pandemia, os empreendedores notaram que clientes passaram a preferir menos contato humano. Por isso, motéis com aplicativos de reserva, nos quais os visitantes escolhem os quartos com antecedência e fazem pedidos durante a estadia com o mínimo de interação presencial, saem na frente. Além de buscar um espaço tecnológico e voltado ao descanso, Michael aponta que os clientes também valorizam uma boa alimentação. No motel dele, há 15 anos, os pratos são assinados pelo chef André Barros, que cria receitas para atrair o público que visita o estabelecimento.
> “As pessoas procuram um ambiente onde têm tudo que precisam,” disse.
Ainda conforme o empresário, os seus dois empreendimentos tiverem crescimentos de 2024 para 2025, sendo que um deles teve um crescimento de 15% e um novo empreendimento cresceu 35% após ser comprado e reformado. Cidade em Goiás tem maior concentração de motéis por metro quadrado da América Latina [https://s04.video.glbimg.com/x240/12198523.jpg] Cidade em Goiás tem maior concentração de motéis por metro quadrado da América Latina.