Pirâmide às margens da Linha Amarela desperta curiosidade de motoristas e interesse das redes sociais
Estrutura ligada a antiga fraternidade espiritual, se tornou um enigma para motoristas. Em seu entorno, projetos sociais tentam ajudar na luta cotidiana das comunidades. RJ2 entrou na “Pirâmide da Linha Amarela”
Pirâmide abandonada às margens da Linha Amarela desperta curiosidade e interesse das redes sociais [https://s04.video.glbimg.com/x240/13984971.jpg]
Quem passa pela Linha Amarela, na altura do Túnel da Covanca, já deve ter reparado numa construção incomum: uma pirâmide de concreto, erguida no meio das casas. O que muitos enxergam apenas de longe virou mistério e até lenda urbana.
Moradores e passageiros de veículos que passam por ali, na altura da Água Santa, e até moradores expressam curiosidade e até elaboram hipóteses sobre a estrutura, que fica no Complexo do 18, na Comunidade da Fazendinha.
Fernando Iglesias de Miranda, diretor da associação de moradores próxima garante que a comunidade não tem ninguém do Egito ou faraós. Ele explica que a pirâmide foi a sede da fraternidade espiritual Fiat Lux, um centro de sessões de cura e energização que funcionava ali até cerca de sete anos atrás.
O site da fraternidade diz que ela foi criada no Leblon em 1975 e que atualmente tem sedes em Portugal e Luxemburgo.
Com exceção do caseiro, que toma conta do lugar, agora a pirâmide fica vazia. O DE entrou no imóvel e constatou sinais de abandono: hoje só restam apenas cadeiras velhas, alguns símbolos de fé e cômodos inacabados.
A pirâmide, que já foi amarela, tem cinco andares e pequenas aberturas triangulares no topo. Do alto, a visão ajuda a entender por que ela desperta tanta curiosidade em quem passa pela via expressa.
PROJETOS SOCIAIS NO ENTORNO
Projeto social nos arredores da Pirâmide da Linha Amarela — Foto: Reprodução/RJ2
A construção ganhou fama recente na internet, onde é chamada de “Pirâmide da Linha Amarela”. Um vídeo viralizou:
“À noite eu fiquei olhando e a luz piscava e apagava. Eu falei: melhor eu vir de dia, mais fácil!”, contou um motoqueiro que postou imagens nas redes.
Enquanto a pirâmide segue fechada, o entorno do local se encheu de novos significados. No campinho vizinho, funciona um projeto social que oferece aulas de futebol para crianças e adolescentes.
“Estamos tirando eles da rua, trazendo pro esporte, dando responsabilidade. Melhores notas, acompanhamento com os pais e com as mães”, contou Jucélio Silva, presidente de uma associação de moradores. O campo onde os meninos treinam pertenciam a um antigo clube que fechou as portas e agora a associação está lutando para manter o lugar e promover ações para ajudar a região.
Outro espaço é ocupado pelo projeto Arte Gerando Renda, que oferece cursos gratuitos de capacitação.
“Isso aqui é um universo de descobertas. Temos mulheres, adolescentes e meninas que estão buscando uma nova profissão, e esse curso abre portas”, disse a coordenadora Daniele Silva.
Geisa Paula, aluna e mãe de quatro filhos, vê na iniciativa uma chance concreta:
“Eu acho que é uma importância imensa. Um curso desse é inviável para a gente pagar. Conseguir perto da gente, de graça, com todo material incluso, é um respiro para voltar para minha profissão e acabar de criar meus filhos”.
Assim, a chamada “Pirâmide da Linha Amarela” guarda hoje menos mistério do que parece. Dentro da comunidade da Fazendinha, no Complexo do 18, o que realmente se revela é a luta diária de quem transforma um espaço marcado pelo abandono em oportunidades de futuro.
‘Pirâmide’ da Linha Amarela — Foto: Reprodução/RJ2
Vista da janela da Pirâmide de Linha Amarela — Foto: Reprodução/RJ2
Parte do interior da ‘Pirâmide da Linha Amarela’ — Foto: Reprodução/RJ2