Metanol em bebidas: 74% de bares e restaurantes de São Paulo mantêm movimento, mas consumo de destilados recua, diz associação
Levantamento da Abrasel-SP mostra estabilidade no faturamento do setor; Associação Comercial cobra regulação nacional para conter adulteração de bebidas.
Bares sofrem impacto após casos de intoxicação por metanol — Foto: Bervelin Albuquerque/de
Os casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas não alteraram significativamente o movimento em bares e restaurantes de São Paulo. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de SP (Abrasel), divulgado nesta terça-feira (7), 74% dos estabelecimentos mantiveram o faturamento no primeiro fim de semana após a repercussão do caso.
O que foi mais afetado foi o consumo de destilados, que caiu.
Entre os estabelecimentos pesquisados, apenas 26% relataram queda nas vendas, concentrada principalmente em bares que dependem mais da comercialização de bebidas destiladas. “O setor reagiu de forma rápida e responsável, reforçando a comunicação com os clientes e adotando medidas de segurança nas compras”, afirmou Gabriel Pinheiro, diretor da Abrasel-SP.
De acordo com a pesquisa, o impacto foi pontual: os consumidores migraram para cervejas, vinhos e bebidas sem álcool. Restaurantes, pizzarias e lanchonetes apresentaram estabilidade ou crescimento em 78% dos casos, enquanto metade dos bares manteve o equilíbrio nas vendas.
Infográfico: o impacto do metanol no corpo humano. — Foto: Arte/de
REGULAÇÃO NACIONAL
A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) defendeu, em nota divulgada nesta terça, a retomada de um sistema nacional de controle da produção de bebidas para coibir adulterações e falsificações.
Segundo estudo da USP citado pela ACSP, um terço das bebidas vendidas no país apresenta algum tipo de adulteração. Para a associação, o problema é agravado pela alta carga tributária, que favorece o mercado ilegal.
“Mesmo que ainda não haja números que comprovem a queda no consumo em bares e restaurantes, é fato que a situação tende a desacelerar o consumo, impactando a economia em escala ainda maior”, afirmou o presidente da entidade, Roberto Mateus Ordine.
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