Traficantes do Rio usam carro roubado para transportar drogas de Paraguai para São Paulo: investigações revelam esquema criminoso.

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Carro roubado e clonado por traficantes do Rio foi usado para levar drogas do Paraguai para São Paulo. As investigações da 18ª DP e da 53ª DP (Mesquita) revelam que favelas controladas pelo Comando Vermelho são frequentemente usadas como destinos para veículos roubados. Em um caso específico, um VW T-Cross branco apreendido em São Paulo transportava drogas do Paraguai e tinha sido roubado e clonado na Zona Norte do Rio de Janeiro. O motorista, preso em flagrante, pretendia levar o entorpecente até Sorocaba, no interior paulista.

Segundo as autoridades, o esquema de aquisição, clonagem e revenda de veículos roubados é liderado por Juan Roberto Figueira da Silva, conhecido como Cocão, baseado nas comunidades dos Prazeres e Paula Ramos, em Santa Teresa. Cocão, que se declara um dos maiores clonadores, revelou em depoimento na Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis como o esquema funcionava. Além disso, ele explicou detalhes como a remoção do rastreador do veículo antes de levá-lo para as favelas dominadas pelo Comando Vermelho.

A operação da Polícia Civil do Rio resultou no indiciamento de 20 traficantes, incluindo líderes como Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP, por envolvimento no esquema de roubo de veículos. Cada criminoso tinha uma função específica na execução dos roubos, que eram conduzidos para favelas da facção com o conhecimento e autorização dos chefes locais. O roubo de veículos é considerado uma das principais fontes de financiamento da organização criminosa devido à rentabilidade e liquidez desse tipo de crime.

A estratégia adotada pela investigação foi responsabilizar não apenas os ladrões de veículos, mas também os chefes da facção e gerentes do tráfico nas favelas para onde os veículos roubados eram levados. Isso permite responsabilizar não só os executores diretos, mas também aqueles que exercem poder de comando e auferem lucros com a atividade criminosa. Foram expedidos 20 mandados de prisão preventiva pelo Tribunal de Justiça do Rio, visando desarticular as estruturas de comando, finanças e influência territorial das organizações criminosas envolvidas.

A ação representa uma mudança de paradigma no combate ao crime, passando de ações fragmentadas para um enfrentamento estratégico da governança criminal. Desmembrar não só os executores, mas as estruturas de comando, finanças e influência territorial das organizações criminosas é essencial para enfraquecer essas organizações e combater efetivamente o crime. A operação revelou a complexidade e a abrangência do esquema de roubo e clonagem de veículos, bem como sua conexão com o tráfico de drogas e outras atividades ilegais.

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