Homens tocam fogo em ônibus em terminal no Recife e deixam carta com denúncias
de corrupção no Presídio de Igarassu
Segundo a empresa Caxangá, as chamas resultantes do incêndio criminoso em um ônibus no terminal de Cajueiro, localizado na Zona Norte do Recife, foram controladas pelo motorista, e felizmente, ninguém ficou ferido. O veículo estava vazio no momento em que os criminosos provocaram o incêndio. Este incidente ocorreu na terça-feira (7), por volta das 17h20, na Rua Maria Cristina Tasso de Souza. O ônibus é da linha 723 – Cajueiro, operado pela empresa Caxangá.
Durante a ação criminosa, os suspeitos deixaram uma carta contendo denúncias de corrupção e violência no Presídio de Igarassu, situado na Região Metropolitana. Nos últimos meses, essa unidade prisional foi alvo de intervenções do governo após uma operação da Polícia Federal revelar um esquema de propina conhecido como “resort do crime”. As autoridades recebem relatos preocupantes relacionados à corrupção e violência no sistema prisional de Igarassu.
A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na Central de Plantões da Capital e será investigado pela Delegacia de Água Fria, também localizada na Zona Norte da cidade do Recife. Mesmo sem ter sido acionada, a Polícia Militar intensificou as rondas na área de Cajueiro após tomar conhecimento do ocorrido. A empresa Caxangá registrou um boletim de ocorrência, e medidas estão sendo tomadas para esclarecer e resolver a situação.
A carta deixada pelos criminosos denunciou a existência de um “chaveiro” dentro do presídio, que cobrava taxas dos detentos no valor de R$ 10 para a realização de faxinas nas celas. Além disso, a entrada e venda de drogas são práticas comuns no local, inclusive com a cumplicidade de um “agente de saúde” que auxilia nesses atos ilícitos. Os presos que se recusam a pagar as taxas são sujeitos a punições físicas pelo chefe da segurança do presídio, chamado de “Caveirinha”.
O Presídio de Igarassu ficou conhecido por abrigar uma fábrica de drogas, bebidas, cigarros e até fardos de dinheiro, como resultado da Operação La Catedral realizada pela Polícia Federal no fim de fevereiro. O trabalho investigativo revelou a presença de um detento comandando diversos crimes de dentro da cadeia, com a colaboração de servidores do sistema prisional. A operação desmantelou um esquema de corrupção e pagamento de propina que ocorria no presídio, resultando em prisões de diretores e policiais penais. Medidas estão sendo tomadas para combater esses crimes e garantir a integridade e segurança dos detentos e funcionários do Presídio de Igarassu.