A Polícia Federal realiza mais uma etapa da operação que investiga fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Nesta quinta-feira (9), estão sendo cumpridos 66 mandados de busca e apreensão, a maioria deles no estado de São Paulo. Essa operação é uma continuação da ‘Operação Sem Desconto’, que prendeu Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti na primeira fase.
A investigação da PF revelou um amplo esquema de fraudes e desvios de dinheiro de aposentadorias e pensões do INSS. Antunes é considerado um lobista que facilitava a inserção dos descontos indevidos nos contracheques dos aposentados. Segundo a PF, associações e entidades se associavam a aposentados sem autorização, utilizando assinaturas falsas para descontar mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS.
Na operação anterior, foram apreendidas esculturas eróticas, quadros, arma e carros de luxo relacionados aos suspeitos de envolvimento nas fraudes do INSS. Antunes transferiu cerca de R$ 9,3 milhões para pessoas ligadas a servidores do INSS entre 2023 e 2024. A defesa dele não foi localizada pela reportagem, mas afirmou buscar a liberdade do seu cliente.
Camisotti, por sua vez, é apontado como sócio oculto de uma entidade e beneficiário das fraudes na Previdência. Sua defesa alega não haver motivo para sua prisão no contexto da investigação. Os agentes também estiveram na casa e no escritório do advogado Nelson Wilians, onde encontraram diversas obras de arte. A defesa do advogado diz que ele tem colaborado com as autoridades e confia na demonstração de sua inocência.
No total, dois mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nos estados de São Paulo e no Distrito Federal. Diversos carros de luxo foram apreendidos, incluindo Ferrari, Land Rover, Porsche, Mercedes e um carro de Fórmula 1. O esquema fraudulento envolvia pagamento de propina a servidores do INSS, uso de assinaturas falsas e criação de associações de fachada para descontar mensalidades dos benefícios dos aposentados.
A investigação teve início em 2023 na Controladoria-Geral da União (CGU) e foi acionada a Polícia Federal em 2024 após indícios de crimes. As entidades investigadas cadastravam aposentados e pensionistas sem autorização, descontando mensalidades diretamente em suas folhas de pagamento. As defesas dos envolvidos nesse esquema de fraudes estão reiterando sua inocência e colaboração com as autoridades para esclarecer os fatos.