Dura rotina na Baixada Fluminense: 5 cidades com piores deslocamentos para o trabalho no Brasil

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Dura rotina fluminense: Baixada tem 5 cidades entre as 6 com deslocamento mais lento para o trabalho no país

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (9) um recorte do Censo 2022 sobre como é ir para o batente no país. De acordo com dados da amostra “Deslocamentos para trabalho e estudo”, 12,5% dos moradores de Queimados enfrentam pelo menos 2 horas até chegar ao emprego.

Todos os dias, 70 milhões de brasileiros saem para trabalhar. Muitos gastam mais de 2 horas nesse deslocamento, não importa o meio de transporte. No Rio de Janeiro, essa é uma realidade marcante: a Região Metropolitana é onde há as maiores parcelas da população perdendo bastante tempo nesse vaivém.

A Baixada Fluminense, aliás, domina a lista das grandes cidades onde mais gente enfrenta os deslocamentos mais demorados. Dos 6 municípios com os piores índices, 5 são dessa região, com pelo menos 5% dos habitantes nessa situação. A média nacional não chega a 2%.

“A Baixada sofre, é um transtorno só. Eu saio às 4h30 de Queimados para chegar às 7h em Botafogo. Detesto pegar ônibus e vou de trem. Se tiver que viajar em pé, eu vou. O trem ainda é melhor”, conta a diarista Sirlei Palucci.

Segundo o IBGE, dos 20 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes que registram as maiores proporções de trabalhadores levando mais de 2 horas para chegar ao emprego, 11 são do RJ, 7 de SP e 2 do PA.

O levantamento mostra que 40 milhões de brasileiros levam entre 6 minutos e meia hora no trajeto entre casa e emprego — o que representa o padrão mais comum no país. Outro 1,26 milhão de trabalhadores, porém, gasta mais de 2 horas no percurso, o que equivale a 1,8% da população ocupada. A Região Sudeste é a que mais concentra deslocamentos longos, reflexo da forte urbanização e da concentração de postos de trabalho em grandes metrópoles.

O automóvel continua sendo o principal meio de transporte utilizado no país, responsável por 32,3% dos deslocamentos. Em seguida vêm o ônibus (21,4%) e a motocicleta (16,4%). O uso predominante do transporte individual é apontado como um dos desafios para as políticas de mobilidade urbana, especialmente em regiões com trânsito congestionado e baixa oferta de transporte de massa.

O Censo também mostra que o deslocamento a pé ainda é expressivo — 17,8% dos trabalhadores fazem o trajeto caminhando, em percursos geralmente de até 30 minutos. Segundo o IBGE, esse comportamento é mais frequente em cidades menores e em áreas com menor acesso a transporte motorizado.

O levantamento de 2022 é o 1º Censo a incluir perguntas detalhadas sobre meio de transporte e tempo habitual de deslocamento, permitindo análises mais precisas sobre as condições de mobilidade no país. Essas informações devem subsidiar o planejamento de redes de transporte, políticas habitacionais e medidas de incentivo à descentralização dos empregos.

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