Banco Master e BRB: diretoria do BC foi unânime ao negar compra por ‘falta de viabilidade econômica’
A compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) foi negada pelo Banco Central por ausência de documentos que comprovassem a “viabilidade econômico-financeira”, aponta documento obtido pelo DE nesta quinta-feira (9).
O BRB e o Master anunciaram a operação em março. Em setembro, mais de cinco meses depois, o processo foi barrado pela diretoria colegiada do Banco Central.
O registro obtido pelo DE revela que a decisão foi tomada de forma unânime, sem divergências entre os membros do órgão máximo do Banco Central.
Segundo a decisão, os dirigentes do BC negaram a operação por entenderem que o pedido não contemplava todos os requisitos necessários para a autorização. Mais especificamente: o BC avaliou que os documentos da compra deixaram dúvidas sobre a “viabilidade econômico-financeira do empreendimento”.
A aprovação pelo BC seria o último passo para a conclusão do negócio, já que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) havia dado o aval à operação em junho. A Câmara Legislativa do Distrito Federal também havia aprovado uma lei autorizando a compra – proposta e sancionada em tempo recorde pelo governador do DF, Ibaneis Rocha, defensor da transação.
Anunciado em março, o acordo entre os bancos previa que o BRB, uma sociedade de capital e controlada majoritariamente pelo governo do Distrito Federal, adquirisse: 49% das ações ordinárias, 100% das preferenciais e 58% do capital total do Master.
O modelo de negócio do Master, que inclui ainda investimentos em ativos de baixa liquidez, como precatórios e participações em empresas, gerou dúvidas no mercado sobre a saúde financeira do banco.