Paranaense descobre que passou 20 anos com o mesmo número de CPF que outro homem, que tem o mesmo nome e data de nascimento
Morador de Maringá descobriu a duplicidade no documento ao enfrentar descontos em sua conta bancária devido à coincidência de número de CPF com outro homem. O inusitado caso começou quando o xará perdeu seu CPF e, ao solicitar a segunda via, acabou recebendo por engano o registro do paranaense.
Após duas décadas lidando com problemas relacionados ao seu próprio Cadastro de Pessoa Física (CPF), Gilmar José da Silva, de 62 anos, natural de Arapongas, no Paraná, percebeu que o documento estava sendo utilizado por outra pessoa desde 2005. Surpreendentemente, ele descobriu que em Arroio do Tigre, no Rio Grande do Sul, existe um outro Gilmar José da Silva, nascido no mesmo dia, mês e ano.
A situação se complicou quando o Gilmar gaúcho precisou tirar a segunda via do CPF e o funcionário encarregado do procedimento acabou inadvertidamente atribuindo o número de registro do Gilmar paranaense. Essa confusão levou a uma série de complicações na vida do morador de Maringá, que ao receber chamadas do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre procedimentos médicos que ele nunca realizou, começou a desconfiar da real situação.
Diante dos descontos em sua conta bancária e de cobranças indevidas, Gilmar decidiu registrar um boletim de ocorrência denunciando o crime de estelionato às autoridades policiais. Além disso, ele teve valores retirados de sua aposentadoria pela Justiça como forma de pagamento das dívidas do xará. Após essa descoberta, o morador de Maringá procurou o auxílio de um advogado e uma ação judicial foi encaminhada contra o banco responsável.
A solução para o caso só veio quando um amigo de Gilmar decidiu investigar a situação na internet, chegando até a encontrar a conta bancária e o telefone ligado ao nome do morador de Maringá. O grande equívoco foi esclarecido quando a sobrinha do Gilmar gaúcho confirmou que ele havia recebido, por engano, o número de CPF pertencente ao Gilmar paranaense durante sua visita à Receita Federal em 2005.
A Receita Federal, ao ser questionada sobre o incidente, confirmou o erro, ressaltando que o problema já foi corrigido e os dados regularizados. O contribuinte do Rio Grande do Sul, que demandou o CPF no final de junho, recebeu um novo registro, encerrando assim a longa jornada de confusão envolvendo os dois homônimos. Com a resolução do impasse, tanto Gilmar José da Silva do Paraná quanto o xará do Rio Grande do Sul puderam enfim seguir suas vidas tranquilamente, após 20 anos conectados por um simples número de CPF.