A operação da Polícia Federal desvendou um esquema de fraudes em concursos públicos que ficou conhecido como ‘Máfia dos Concursos’. Esse grupo, baseado no sertão paraibano, utilizava uma estrutura familiar altamente organizada para garantir aprovações fraudulentas em concursos por todo o país. Usando tecnologia avançada e acesso antecipado aos gabaritos das provas, a quadrilha cobrava até R$ 500 mil por vaga, colocando em cheque a integridade dos processos seletivos públicos.
A ‘Máfia dos Concursos’ contava com membros da família Limeira, liderados por Wanderlan Limeira de Sousa, ex-policial militar expulso da corporação. O grupo utilizava pontos eletrônicos cirurgicamente implantados nos ouvidos dos candidatos, mensagens codificadas e até a troca de candidatos por dublês para garantir aprovações fraudulentas. Com líderes aprovados nos próprios concursos fraudulentos, a eficácia do esquema era evidenciada.
Além dos membros da família Limeira, outros integrantes como Ariosvaldo Lucena de Sousa Júnior, Thyago José de Andrade, Laís Giselly Nunes de Araújo e Luiz Paulo Silva dos Santos foram identificados como peças-chave no esquema. A sofisticação tecnológica do grupo incluía até a implantação de pontos eletrônicos nos ouvidos dos candidatos, tornando as fraudes ainda mais clandestinas e eficazes.
Os métodos de cobrança da ‘Máfia dos Concursos’ variavam desde dinheiro em espécie até ouro, veículos e procedimentos odontológicos como forma de quitação. Para lavar o dinheiro obtido com as fraudes, o grupo utilizava estratégias como depósitos em espécie, compra e venda de imóveis simulada e uso de ‘laranjas’. A operação da Polícia Federal resultou na prisão de três pessoas e em medidas judiciais que impediram a posse dos candidatos aprovados de forma fraudulenta.
As investigações revelaram que a máfia atuou em diversos concursos entre 2015 e 2025, beneficiando pelo menos 10 pessoas no Concurso Nacional Unificado em 2024. Com uma rede de servidores públicos, intermediários locais e profissionais da saúde, o grupo garantia a aprovação dos candidatos corruptos. As evidências reunidas pela PF apontam para uma atuação coordenada e sofisticada da organização criminosa, levando a medidas judiciais e prisões preventivas.
As defesas dos investigados têm negado envolvimento com o esquema, alegando apenas indícios e colaboração com as investigações. A ‘Máfia dos Concursos’ revela a face obscura por trás dos processos seletivos públicos, colocando em xeque a integridade e a lisura desses concursos. Com a atuação da Polícia Federal e a revelação dos métodos fraudulento pelo grupo, a justiça busca agora punir os responsáveis e restaurar a confiança dos candidatos nos concursos públicos.