Mulheres de 40 a 49 anos representaram três em cada 10 mamografias realizadas em Campinas (SP) [https://de.globo.com/sp/campinas-regiao/cidade/campinas/] em 2024, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. No total, foram 24.048 exames feitos pelo SUS, e 8.723 foram nessa faixa etária, agora incluída na nova recomendação do Ministério da Saúde para rastreamento do câncer de mama. [https://de.globo.com/saude/noticia/2025/09/23/ministerio-da-saude-passa-a-recomendar-mamografia-a-partir-dos-40-anos.ghtml]
O número mostra a adesão das mulheres mais jovens ao exame, que até então era indicado somente para quem tem entre 50 e 69 anos. Com a mudança nacional, o grupo de 40 a 49 anos passa a ter direito ao exame gratuito pelo SUS em todo o país.
Outras 15.325 mamografias foram feitas em mulheres entre 50 e 69 anos, público-alvo tradicional do rastreamento. Campinas mantém o serviço de forma contínua, com exames realizados no Centro de Referência de Assistência Integral à Mulher (Craim), no Hospital da Mulher e em parceria com o Hospital PUC-Campinas.
Ainda segundo a Saúde, a mortalidade por câncer de mama na metrópole caiu de 18,5 para 14,3 mortes a cada 100 mil mulheres entre 2018 e 2023. O número de exames vem crescendo desde a pandemia. Em 2020, foram feitas 10.670 mamografias, e em 2024 o total mais que dobrou, chegando a 24.048 (confira no gráfico baixo).
A coordenadora da Saúde da Mulher em Campinas, Miriam Nóbrega, explica que a cidade ampliou o acesso à mamografia em 2016 após estudos apontarem alta incidência de câncer de mama em mulheres mais jovens. Segundo ela, 23% dos casos ocorrem antes dos 50 anos.
O médico Cássio Cardoso Filho, especialista em mastologia e ginecologia oncológica, afirma que a mamografia é o principal método para detectar precocemente o câncer de mama. O exame usa raios X para visualizar o tecido mamário e identificar nódulos antes que sejam palpáveis.
A mamografia é feita com um equipamento chamado mamógrafo, que usa baixas doses de radiação para captar imagens internas das mamas. Durante o exame, cada mama é posicionada e levemente comprimida entre duas placas, permitindo imagens mais nítidas e a detecção de pequenas alterações, como nódulos e microcalcificações.
Segundo Cássio, o exame dura poucos minutos, pode causar leve desconforto, mas é essencial para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Mulheres de 40 a 49 anos devem realizar a mamografia anualmente, conforme orientação médica ou de enfermagem. Para aquelas com idade entre 50 e 74 anos, o exame é recomendado a cada dois anos como rastreamento populacional. Já para mulheres acima de 74 anos, a frequência é determinada individualmente. Em qualquer idade com sintomas como nódulo, dor, secreção ou retração, é essencial procurar imediatamente a UBS.
