O império bilionário de Adilsinho: das ‘draculinhas’ à máfia do cigarro
A máfia do cigarro, da qual ele é apontado como o principal chefe no Rio de Janeiro movimentou, pelo menos, R$ 5 bilhões entre 2015 e 2024, segundo a Polícia Federal.
Em duas décadas, Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho, percorreu um caminho que o levou do submundo dos cassinos ilegais à cúpula do crime organizado no Rio de Janeiro.
Segundo investigações da Polícia Federal, ele começou sua trajetória fabricando e criando softwares para máquinas de videobingo adulteradas — conhecidas no meio como “draculinhas”. Hoje, é apontado como o principal chefe da máfia do cigarro no estado e um dos maiores criminosos do país.
De acordo com a PF, o grupo comandado por Adilsinho movimentou ao menos R$ 5 bilhões entre 2015 e 2024 com a comercialização de cigarros contrabandeados. O esquema, segundo as investigações, envolvia corrupção de agentes públicos, fraudes e a imposição de um monopólio territorial, replicando a mesma lógica de controle que ele já havia implantado no jogo do bicho em diversas regiões do Rio.
Além de sua atuação no contrabando, Adilsinho é citado por investigadores como integrante da nova cúpula do jogo do bicho e mantém influência no meio carnavalesco, onde é apontado como patrono da escola de samba Salgueiro.
A Polícia Civil do Rio apura ainda a ligação dele e de seus seguranças em mais de 20 crimes violentos, incluindo homicídios, sequestros e tentativas de assassinato. Em parte desses casos, Adilsinho aparece como possível mandante.
As investigações são conduzidas em conjunto com o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro, e a Polícia Federal.
De acordo com investigações, Adilsinho implementou no negócio de cigarros ilegais o mesmo modo de operar que já fazia no jogo do bicho em diversas partes do Rio de Janeiro: monopólio territorial, corrupção de agentes públicos para atender aos interesses da máfia e fraudes diversas.
Adilsinho fez parceria com tráfico e milícia para dominar mercado de cigarros, diz PF.
Entre 2018 e 2024, o grupo fez parcerias com traficantes e milicianos para se tornar o único vendedor e distribuidor dos cigarros falsos, segundo a PF.