PMs absolvidos por tortura: caso de agressão a alunos na Zona Leste de SP

pms-absolvidos-por-tortura3A-caso-de-agressao-a-alunos-na-zona-leste-de-sp

PMs que agrediram e queimaram alunos com cigarro são absolvidos por tortura e fraude processual

Réus foram condenados, no entanto, a pena de 2 anos, 2 meses e 20 dias de detenção, em regime aberto, pelo crime de violência arbitrária. Caso aconteceu em 2024 na Zona Leste de São Paulo. Na época, estudantes de 14 anos foram acusados injustamente de roubar um carro e detidos pelos agentes.

Câmeras corporais registram PMs torturando adolescentes na Zona Leste de São Paulo

A Justiça Militar absolveu nesta segunda-feira (13) os policiais militares que agrediram e queimaram com cigarro dois estudantes de 14 anos na Zona Leste de São Paulo em 16 de maio do ano passado. Eles foram condenados, no entanto, a pena de 2 anos, 2 meses e 20 dias de detenção, a ser cumprida em regime aberto, pelo crime de violência arbitrária.

Na época, os estudantes foram acusados injustamente de roubar um carro e detidos pelos policiais. Antes de serem levados à delegacia, os jovens sofreram ameaças de morte e foram torturados (leia mais abaixo).

DE teve acesso com exclusividade às imagens das câmeras corporais dos agentes que registraram os crimes. Em alguns momentos, os PMs retiraram o equipamento da farda ou colocaram a mão sobre a lente para impedir a gravação.

Foram denunciados pelo Ministério Público por fraude processual e tortura: o cabo Leandro de Freitas Menezes, o soldado Guilherme Correia Jordão, o sargento Gilmar Fim, o cabo Virgínia Gonçalves Rakauskas e soldado Igor Vianna Da Silva.

Os policiais foram julgados na 4ª Auditoria Militar Estadual e pelo Conselho Permanente de Justiça, formado por quatro juízes militares.

DE tenta contato com a defesa dos PMs.

RELEMBRE O CASO

Câmera de segurança flagra momento em que adolescentes são abordados por PMs na Zona Leste

Era uma quinta-feira à noite quando Vinicius* e Henrique* foram abordados pela polícia no muro da Escola Municipal de Ensino Fundamental Júlio de Grammont, localizada na Travessa Meiri. Eles estavam voltando a pé da casa de um amigo, onde estavam jogando videogame.

Segundo a denúncia do Ministério Público, os estudantes foram “constrangidos” pelos policiais para confessarem o roubo de um carro. Em seguida, foram algemados e colocados no camburão da viatura.

Após a apreensão, os jovens não foram levados diretamente para a delegacia. Os PMs pararam na Rua Bandeira de Aracambi, onde o veículo roubado foi abandonado, e permaneceram quase 20 minutos lá.

Neste período, Vinicius e Henrique foram agredidos e ameaçados de morte. As cenas violentas foram registradas pelas câmeras corporais, apesar das tentativas dos agentes de obstruir as imagens, colocando a mão na frente ou desacoplando o equipamento do uniforme.

Cinco policiais militares participaram do episódio. O cabo Leandro de Freitas Menezes e o soldado Guilherme Correia Jordão foram responsáveis pelas agressões e pela tortura “ativa”. Enquanto o sargento Gilmar Fim, a cabo Virgínia Gonçalves Rakauskas e o soldado Igor Vianna Da Silva “omitiram-se dolosamente”, de acordo com a denúncia.

Pela imagem da bodycam, é possível ver o momento em que o cabo Freitas agrediu Vinicius com soco no rosto, além de apertar seu pescoço enquanto chorava. Em seguida, o PM ainda encobriu e desacoplou sua câmera, passando a agredir Henrique.

Box de Notícias Centralizado

🔔 Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram e no WhatsApp