A Justiça do Rio Grande do Sul determinou o leilão de dois veículos de luxo do humorista Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di. A medida faz parte de uma ação de alienação antecipada de bens apreendidos em processo contra o influenciador digital. A alienação antecipada acontece quando a Justiça decide vender bens que foram apreendidos por serem usados em crimes como estelionato e lavagem de dinheiro. O valor total dos bens é de R$ 508.851,90, conforme avaliação realizada em agosto de 2025. O leilão será realizado em duas etapas: a primeira no dia 5 de novembro de 2025 e a segunda no dia 12 do mesmo mês, ambas às 14h, por meio de uma plataforma online.
A reportagem apurou que a medida está ligada a uma ação que investiga crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e uso de documento falso, envolvendo um esquema de rifas virtuais. O DE entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) para mais detalhes, mas não obteve resposta até esta publicação. A reportagem também procurou a defesa do influenciador, mas não teve retorno. Os bens a serem leiloados são: 1. Lote 01: Um veículo RAM Classic Laramie, ano 2022, cor vermelha, com blindagem nível III-A, avaliado em R$ 245.583,90; 2. Lote 02: Um veículo Range Rover Velar 2.0 P250 R-Dynamic SE, ano 2018, cor branca, avaliado em R$ 263.268,00.
O humorista e influenciador digital Nego Di e sua companheira, Gabriela Vicente de Sousa, respondem por envolvimento em um suposto esquema de fraude em rifas virtuais, que teria movimentado mais de R$ 2,5 milhões de forma ilícita. Pela legislação brasileira, a venda de rifas é ilegal, a não ser que promovida por entidades beneficentes, autorizada pelo Ministério da Fazenda. O caso central envolve uma rifa de um Porsche avaliado em mais de R$ 500 mil, cuja suposta vencedora, de acordo com o MP, não existe. A denúncia aponta que o influenciador teria fraudado o sorteio, adquirindo o número premiado e transferindo o veículo antes mesmo da conclusão da rifa.
Em vídeo, Nego Di aparece tentando contatar a ganhadora, mas o número de telefone utilizado já constava em 10 cartões de contato, o que levantou suspeitas de que a vencedora seria uma personagem fictícia criada para legitimar o sorteio. O MP também sustenta que os valores arrecadados teriam sido desviados por meio de contas de terceiros e empresas, em um esquema para mascarar a origem ilícita dos recursos. Em outro caso, o humorista foi condenado em um processo de estelionato por não entregar produtos vendidos por uma loja virtual da qual era sócio. Embora condenado, Nego Di está em liberdade provisória desde novembro de 2024, após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).