Ao associar um “prejuízo gigantesco” a Eduardo Bolsonaro, Ciro Nogueira deixa claro que o Centrão tomará as rédeas da campanha presidencial de 2026. Nos bastidores, havia uma tentativa de conter as ações do filho do ex-presidente, mas diante da resistência de Bolsonaro, o presidente do PP resolveu tornar pública a responsabilidade de Eduardo na queda de popularidade do seu pai e na ascensão de Lula, conforme apontado por uma pesquisa recente da Quaest.
O embate entre Eduardo Bolsonaro e os líderes do Centrão não é recente, remonta pelo menos desde setembro. Naquele mês, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, afirmou que a insistência de Eduardo numa candidatura própria à presidência em 2026 poderia “matar o pai”. Esse confronto culminou na desistência do Centrão em tentar enquadrar Eduardo Bolsonaro, optando por uma abordagem mais pública para expressar sua insatisfação.
A polarização entre o Centrão e Eduardo Bolsonaro ficou evidente em diversos momentos, incluindo a viagem de Sóstenes Cavalcante aos Estados Unidos para conversar com o deputado e tentar conter seus ataques a Tarcísio de Freitas, uma escolha do Centrão para a disputa presidencial. A expectativa era de que Jair Bolsonaro pudesse controlar as ações do filho, entretanto, essa esperança se dissipou diante da falta de resultados.
Ao se posicionar publicamente contra Eduardo Bolsonaro, Ciro Nogueira também sinaliza um aceno ao STF, ao associar a atuação do deputado nos Estados Unidos com o julgamento do pai pela Suprema Corte. Essa postura do Centrão reflete a complexidade das relações políticas no Brasil, com diversas facções e interesses em jogo. Em meio a isso, a figura de Eduardo Bolsonaro se destaca como ponto de conflito que ameaça a estabilidade do governo.