Secretário de Defesa Social pede desculpas à vítima de estupro em posto policial
e afasta suspeito: ‘Repugnamos de forma veemente’
Mulher afirma que foi parada em blitz na sexta (10), no Cabo de Santo Agostinho,
e, após vistoriar carro e documentos, agente a levou para dormitório do posto e
cometeu o crime. Filhas da vítima e uma amiga estavam no carro.
Secretário pede desculpas à mulher estuprada em posto policial
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Secretário pede desculpas à mulher estuprada em posto policial
O secretário estadual de Defesa Social, Alessandro Carvalho, informou, nesta
terça-feira (14), que afastou os três policiais que estavam no posto do Batalhão
da Polícia Rodoviária (BPRv) no Cabo de Santo Agostinho
[https://de.globo.com/pe/pernambuco/cidade/cabo-de-santo-agostinho/], no Grande
Recife [https://de.globo.com/pe/pernambuco/cidade/recife/], onde uma mulher
denunciou ter sido estuprada por um PM na semana passada
[https://de.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2025/10/13/mulher-denuncia-que-foi-estuprada-por-pm-dentro-de-posto-policial-apos-ser-parada-em-blitz.ghtml]
(veja vídeo acima).
“Ele já foi afastado, junto com a equipe que estava com ele na ocorrência, das
ruas. Nós estamos dando prioridade total na instrução, seja do ponto de vista
pericial, a perícia está trabalhando nisso com prioridade. Nós deveremos
agilizar as oitivas, o reconhecimento pessoal, e vamos trabalhar para que,
comprovando o fato, ele seja encaminhado à Justiça o quanto antes para responder
pelos atos dele”, afirmou, em entrevista coletiva.
O secretário disse, ainda, que “a primeira palavra” dele para a vítima é de
desculpas pelo fato de o crime ter sido praticado por um agente do estado.
> “Minha primeira palavra é de solidariedade, de desculpa. É um fato
> inadmissível o que foi narrado, o que foi registrado. Uma violência praticada
> por um agente do estado no interior de uma repartição, mas eu quero dizer que
> isso é uma exceção. As polícias de Pernambuco são formadas por pessoas muit
o qualificadas e não é esse o procedimento. Nós repugnamos isso de forma
> veemente e todas as providências estão sendo tomadas”, declarou.
Também nesta terça-feira (14), a mulher que denunciou o caso foi ao
Quartel-General da Polícia Militar para fazer o reconhecimento do agente que
praticou o abuso sexual. Segundo a defesa da vítima, apenas dois dos três PMs
que estavam de plantão no momento do crime compareceram. Eles não foram
reconhecidos por ela.
Ao de [https://de.globo.com/pe/pernambuco/], a mulher, que pediu para não ser
identificada, e a advogada Maria Júlia Leonel disseram que, quando chegaram ao
quartel, foram informadas de que o terceiro suspeito estava de licença médica e,
por isso, um novo procedimento de reconhecimento foi remarcado para sexta (17).
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* ‘Minhas filhas estão ali, não faz isso’: vítima fez apelo ao criminoso
[https://de.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2025/10/14/minhas-filhas-estao-ali-nao-faz-isso-mulher-que-denunciou-pm-por-estupro-em-blitz-teve-medo-de-que-adolescentes-vissem-crime-ou-fossem-vitimas.ghtml]
* Mulher denuncia que foi estuprada por PM dentro de posto policial após blitz
[https://de.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2025/10/13/mulher-denuncia-que-foi-estuprada-por-pm-dentro-de-posto-policial-apos-ser-parada-em-blitz.ghtml]
A vítima disse que já havia reconhecido o suspeito por foto
[https://de.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2025/10/13/mulher-denuncia-que-foi-estuprada-por-pm-dentro-de-posto-policial-apos-ser-parada-em-blitz.ghtml]
durante depoimento na Delegacia da Mulher do Cabo, onde registrou um boletim de
ocorrência. Apesar disso, a polícia solicitou que ela fosse ao quartel para
confirmar a identidade do policial presencialmente.
O de [https://de.globo.com/pe/pernambuco/] entrou em contato com a Secretaria de
Defesa Social (SDS) para confirmar por que foi solicitado um novo reconhecimento
e por que o policial não compareceu ao procedimento, mas, até a última
atualização desta reportagem, não obteve resposta.
“Isso (o reconhecimento presencial) é um dos elementos de prova […]. Mas
existem outras formas de coleta de prova. Material genético, eles se negaram a
dar. Eles não quiseram fornecer material genético de maneira espontânea. Nenhum
deles”, informou a advogada.
“NÃO DORMI MAIS”, DIZ VÍTIMA
Após o ato de reconhecimento no Quartel do Derby, a vítima disse que não se
lembra dos outros policiais que estavam no posto do BPRv e, por isso, não os
reconheceu.
“Eu estava muito nervosa. Não fiquei observando […] A gente se
sente descoberta pelo estado e muito vulnerável, porque esse homem (o policial) tem
todos os meus dados. Ele tem a cor do meu carro e tem a turma dele também.
Então, assim, estou em risco e não tenho nada para que me resguardem”, afirmou.
Ainda de acordo com a vítima, passar pelos procedimentos de investigação tem
sido cansativo. “Não dormi mais de sexta para cá, inclusive estou bem abatida. Não consegui
dormir normal. A noite toda durmo um pouquinho, acordo e vem tudo na minha
cabeça novamente e vem aquele ‘flash’ na cabeça”, disse.
ESTUPRO EM POSTO POLICIAL
Mulher denuncia que foi estuprada por PM dentro de posto policial
O caso aconteceu na noite da sexta-feira (10). Ao de
[https://de.globo.com/pe/pernambuco/], a mulher disse que seguia para a praia de
Gaibu, com as duas filhas adolescentes e uma amiga, quando passou em frente ao
posto na PE-60 e três agentes mandaram ela parar e descer do carro.
De acordo com a denúncia, na abordagem, um dos PMs avisou aos colegas que ela ia
beber água e a levou até um dormitório, onde praticou os abusos. A vítima
denunciou o caso à Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) e registrou
um boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher do Cabo de Santo Agostinho.
A mulher contou que tinha buscado a amiga no Aeroporto do Recife e que as duas
iam para uma casa de praia com as filhas da vítima, de 14 e 16 anos, quando
foram paradas na blitz. Os policiais pediram que a motorista descesse do veículo
e os acompanhasse até a entrada do posto.
Segundo ela, um dos três policiais que fizeram a abordagem disse que o veículo
estava com atraso no pagamento de uma multa e do Imposto sobre a Propriedade de
Veículos Automotores (IPVA).
A vítima afirmou que comprou o carro recentemente e, como não sabia dos débitos,
chegou a ligar para o vendedor do automóvel, que falou que ia resolver o
problema na segunda-feira (13).
“Lá dentro ele me comunicando isso [que o carro estava com débitos], ele ficou
ali com aquela conversa, perguntando o que eu fazia, quem eu era, de onde eu
era. Depois ele virou para os colegas e disse que eu iria beber água e me
conduziu até lá dentro. Lá dentro tinha um quarto e entrou lá no quarto, começou
a levantar meu vestido, apagou a luz e começou os abusos”, disse a mulher em
entrevista à TV Globo.
Ela também contou que, após o estupro, o policial acendeu a luz, pegou uma
toalha que estava sobre um dos beliches e deu para ela se limpar. Ainda segundo
a mulher, ele também mandou a vítima tomar água para tirar “os vestígios do que
fez” da boca e a liberou.
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