Intoxicação por metanol: Brasil tem 41 casos confirmados, diz ministério
São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul são os estados que registraram casos confirmados de intoxicação pela substância. O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (15) uma nova atualização sobre os casos de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Até agora, o país soma 148 notificações: 41 confirmações e 107 investigações em andamento. Outras 469 ocorrências foram descartadas.
Os casos confirmados estão distribuídos por quatro estados: São Paulo (33), Paraná (4), Pernambuco (3) e Rio Grande do Sul (1). Entre os casos ainda sob investigação, a maioria também é de São Paulo, que concentra 57 registros. Na sequência aparecem Pernambuco (12), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). O levantamento aponta ainda seis mortes confirmadas em São Paulo e duas em Pernambuco. Outros 10 óbitos estão sob investigação: 1 na Paraíba, 1 no Paraná, 1 em Mato Grosso do Sul, 3 em Pernambuco e 4 em São Paulo.
O Ministério da Saúde e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) divulgaram recentemente orientações para os profissionais de saúde sobre como identificar e tratar casos de intoxicação por metanol. As recomendações surgem após o aumento de registros de casos ligados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. É esperado que médicos e unidades de saúde reconheçam precocemente os sintomas de intoxicação por metanol, administrem etanol (ou fomepizol) como antídoto o quanto antes, encaminhem os casos graves para a UTI e notifiquem imediatamente as autoridades de saúde.
Na última segunda, o Ministério da Saúde também anunciou novas medidas para reforçar o apoio ao estado de São Paulo na confirmação dos casos suspeitos de intoxicação por metanol. “Uma das ações que discutimos é apoiar o estado a fazer mais rapidamente a confirmação ou o descarte dos casos”, disse o ministro Alexandre Padilha. O governo montou uma sala de situação para acompanhar a evolução dos casos e definir estratégias de resposta. Para agilizar os diagnósticos, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Unicamp vai ampliar a capacidade de análises e passar a integrar a rede de laboratórios de referência. A unidade poderá fazer até 190 exames por dia.
A Fiocruz também colocará seu laboratório à disposição dos estados. Com isso, o governo espera montar uma estrutura permanente para análise de casos de intoxicação química, não só durante o surto atual. O ministro também anunciou a chegada do fomepizol, medicamento importado que bloqueia a ação tóxica do metanol no organismo. O lote virá dos Estados Unidos ainda nesta semana e será distribuído para centros de toxicologia em todo o país. Cada paciente adulto pode precisar de duas a quatro ampolas do remédio.
Em resumo, a intoxicação por metanol tem sido um problema crescente no Brasil, com números preocupantes de casos e óbitos confirmados. A atuação do Ministério da Saúde e de entidades médicas para identificar, tratar e prevenir novas ocorrências é crucial para combater essa situação. O reforço na rede de apoio e a disponibilização de antídotos são passos importantes para lidar com a intoxicação por metanol de forma eficaz e salvar vidas.