A Polícia Federal (PF) prendeu Silas Diniz Carvalho, suspeito de liderar um bando que fabricava fuzis para bandidos de facções criminosas, que controlam territórios em favelas do Rio de Janeiro, como a Rocinha e o Complexo do Alemão. O grupo é acusado de vender pelo menos 400 fuzis entre 2023 e 2025. A produção era feita em escala industrial, utilizando componentes importados dos Estados Unidos e da China, além de peças retiradas de armamento de airsoft. Estima-se que cada fuzil produzido tinha um valor médio de venda de R$ 50 mil, o que pode ter gerado um lucro de aproximadamente R$ 20 milhões em dois anos.
A Operação Forja, deflagrada pela PF e pelo Ministério Público Federal, resultou na prisão de sete suspeitos, incluindo Silas e uma mulher, que foram encontrados em um apartamento de luxo na Barra da Tijuca. Além das prisões, a polícia apreendeu R$ 158 mil em espécie no local. A investigação, que teve desdobramentos em São Paulo e Minas Gerais, resultou no sequestro de R$ 40 milhões em bens e valores dos envolvidos.
Silas já havia sido preso anteriormente na “Operação Wardogs” com 47 fuzis em sua posse, encontrados em uma mansão alugada na Barra da Tijuca. Mesmo após sua condenação a mais de 12 anos de prisão, em outubro de 2024, o suspeito não interrompeu suas atividades criminosas e continuou a comandar a organização criminosa. A produção dos fuzis foi transferida para uma nova planta industrial em Santa Bárbara d’Oeste, São Paulo.
A quadrilha importava componentes de fuzis dos EUA e da China e utilizava maquinário industrial de alta precisão para produzir peças em território nacional. A fábrica operava sob a fachada de uma empresa de peças aeronáuticas e contava com mais de 31 mil peças e componentes, suficientes para a produção de outras dezenas de armas. Os investigados responderão por crimes como organização criminosa majorada, tráfico internacional de arma de fogo e comércio ilegal de arma de fogo de uso restrito.
A PF destacou que a Operação Forja, que recebeu esse nome em referência à fabricação clandestina de armas, contou com o apoio da Polícia Militar do Estado de São Paulo. O juiz que condenou Silas ressaltou a gravidade do caso, evidenciando a ilegalidade das atividades do grupo. A ação faz parte da “Missão Redentor”, um esforço permanente da PF para desarticular organizações criminosas no Rio de Janeiro, cumprindo as diretrizes estabelecidas pelo Supremo Tribunal Federal.
A prisão de Silas e de outros membros da quadrilha representa um importante golpe no crime organizado que atua nas favelas do Rio de Janeiro, fornecendo armamento ilegal para grupos criminosos. A continuidade das investigações e operações policiais é fundamental para combater o tráfico de armas e garantir a segurança da população. A Justiça segue atuando para punir os responsáveis e desarticular redes criminosas que ameaçam a ordem e a paz social.