Aposentados e profissionais remotos impulsionam renda por pessoa em Águas de São Pedro, aponta economista
Cidade tem renda per capita de R$ 2.932,68, segundo IBGE. Valor é acima da média do estado e mais que o dobro da de Mombuca (SP), última do ranking da região de Piracicaba.
Águas de São Pedro (SP) — Foto: Aurélio Sal
Águas de São Pedro (SP) tem o maior rendimento domiciliar mensal por pessoa entre as cidades de cobertura do DE Piracicaba, segundo dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no começo de outubro.
A cidade tem renda mensal por pessoa de R$ 2.932,68. O valor é acima da média do estado de São Paulo, de R$ 2.093,44, e mais alto que Piracicaba (SP), que registrou R$ 2.145,67. Mombuca teve o menor valor da região, com R$ 1.274,03, valor 2,3 vezes menor do que o de Águas de São Pedro, líder do ranking. Veja abaixo:
Renda domiciliar por pessoa:
Cidade Rendimento domiciliar mensal per capita Águas de São Pedro R$ 2.932,68 Piracicaba R$ 2.145,67 Nova Odessa R$ 1.934,32 Limeira R$ 1.932,42 Santa Bárbara d’Oeste R$ 1.877,28 Iracemápolis R$ 1.866,43 Saltinho R$ 1.814,85 São Pedro R$ 1.747,04 Ipeúna R$ 1.722,53 Cordeirópolis R$ 1.684,38 Rafard R$ 1.616,59 Cosmópolis R$ 1.614,71 Engenheiro Coelho R$ 1.609,27 Capivari R$ 1.570,15 Rio das Pedras R$ 1.563,69 Charqueada R$ 1.454,08 Elias Fausto R$ 1.295,02 Mombuca R$ 1.274,03
Fonte: Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deslize para ver o conteúdo
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O QUE EXPLICA O CENÁRIO ENTRE AS CIDADES?
O resultado de Águas de São Pedro reflete características demográficas e sociais da cidade e não necessariamente a força da atividade econômica local, explicou a economista Cristiane Feltre, professora da Escola de Negócios da PUC-Campinas e pesquisadora do Observatório da Região Metropolitana de Piracicaba (RMP).
“A renda mais elevada, apesar da baixa dinâmica da atividade econômica, reflete o propósito dos moradores que a buscam para residir: em geral, aposentados e profissionais que trabalham à distância. Logo, a renda per capita não reflete a economia do município, e sim sua atratividade, uma cidade pequena, com alta qualidade de vida e relativamente tranquila”, informa a economista.
No caso de Mombuca, ocorre o contrário.
“O município também tem baixa dinâmica econômica, mas com um agravante: não é atrativo turisticamente e ainda possui no comércio e serviços de baixo valor agregado grande parte da formação do Produto Interno Bruto. Isso se reflete na renda per capita menor”, afirma.
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Casal tira foto na Praça Doutor Otávio de Moura Andrade em Águas de São Pedro (SP) — Foto: Yasmin Moscoski/g1
POR QUE ISSO É IMPORTANTE?
A economista destacou que os dados sobre rendimento domiciliar têm papel importante na formulação de políticas públicas, como:
– fomento da economia local pelos gestores públicos;
– ajudar na definição de benefícios oferecidos por empresas;
– dar dimensão das desigualdades regionais.
Primavera em canal na avenida Carlos Mauro em Águas de São Pedro (SP) — Foto: Yasmin Moscoski/g1
COMO ANALISAR RENDA POR PESSOA
Cristiane ressalta que a renda per capita precisa ser analisada com cautela e contextualizada com o custo de vida e a composição familiar.
“Se tomarmos como base o salário mínimo ideal calculado pelo Dieese para setembro de 2025, uma família de quatro pessoas precisaria de R$ 7.075,83 para cobrir despesas básicas. Isso equivaleria a uma renda per capita de R$ 1.771,43. Mas, para uma pessoa que vive sozinha e arca com todas as despesas, esse valor pode não ser suficiente”, explica.
Mombuca em 2020 — Foto: Toni Mendes/ EPTV
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