A participação controversa do MC Poze durante a CPI das Câmeras da Alerj chamou a atenção de muitos, não só pela situação envolvendo o roubo e recuperação do seu veículo, mas também pela maneira como o cantor se expressou diante dos deputados. Ao justificar a rápida devolução de sua Land Rover após o roubo, Poze afirmou que isso se deu por conta da sua notoriedade, citando seu enorme alcance nas redes sociais e sua popularidade como cantor de funk. Para ele, a exposição do caso nas redes fez com que quem roubou seu carro se sentisse “pressionado” a devolvê-lo.
Por outro lado, o deputado Alexandre Knoploch, presidente da CPI, não hesitou em alfinetar o cantor, chamando-o de “marginal” com base nas letras de suas músicas que, segundo ele, fazem apologia ao crime. Poze, por sua vez, defendeu sua carreira artística e reagiu à postura do deputado, enfatizando que é um pai de família e um profissional. A troca de acusações entre os dois reflete não apenas a tensão presente na audiência, mas também aborda questões mais amplas sobre o papel e a influência da música no cenário urbano.
Durante seus 28 minutos de depoimento, MC Poze teve a oportunidade de exercer seu direito ao silêncio após a apresentação de um habeas corpus por sua advogada. A participação do cantor na CPI, que teve início com um clima de confronto e polêmica, levantou questionamentos sobre a relação entre a arte, a criminalidade e a liberdade de expressão. A discussão envolvendo o comportamento de artistas e sua responsabilidade social é um tema recorrente na sociedade contemporânea, onde figuras públicas são frequentemente criticadas e julgadas por suas atitudes e posicionamentos.
A CPI das Câmeras foi criada com o intuito de investigar empresas de videomonitoramento e associações de proteção veicular suspeitas de lucrar com a violência no estado do Rio de Janeiro. Até o momento, diversas pessoas ligadas ao setor foram convocadas a prestar esclarecimentos, e dois representantes tiveram a prisão decretada por não colaborarem com as investigações. A dinâmica entre autoridades, empresas e figuras públicas como MC Poze evidencia a complexidade das relações interpessoais e institucionais em meio a um contexto de tensão e desconfiança.
Em um cenário marcado pela violência e pela desconfiança nas instituições, a CPI das Câmeras busca trazer à tona informações relevantes sobre empresas e indivíduos que possam estar envolvidos em atividades ilícitas. A transparência e a prestação de contas são fundamentais para a manutenção da ordem e da justiça em uma sociedade democrática, e os debates e discussões gerados durante as reuniões da comissão refletem a busca por respostas e soluções para problemas complexos e urgentes. Nesse contexto, a presença de figuras públicas como MC Poze traz à tona questões importantes sobre a responsabilidade e o papel dos artistas na sociedade atual.