Agente de educação em saúde, mulher preta e ativista: quem é Christina Maciel Oliveira, morta espancada pelo companheiro

O Diário do Estado Triângulo registrou um crime chocante envolvendo a morte de Christina Maciel Oliveira, de 45 anos, que foi brutalmente espancada pelo companheiro, Matheus Henrique Santos Rodrigues, na Região de Venda Nova. O suspeito, de 24 anos, confessou o crime, que está sendo investigado como feminicídio. A violência ocorreu na madrugada do último domingo, deixando a comunidade consternada com o ocorrido.

Christina era uma mulher preta, periférica e reconhecida por sua atuação como mobilizadora social e agente de educação popular em saúde. Sendo uma mulher trans ativista, ela era referência para muitas pessoas trans e travestis, oferecendo acolhimento, força e inspiração. Mesmo diante de desafios, como ter sido expulsa de casa na adolescência e vivido em cárcere privado por nove anos, Christina transformou o cuidado entre pares em sua missão de vida, compartilhando saberes e generosidade.

Amigos próximos descrevem Christina como alguém que se destacava pela abertura, alegria e generosidade. Seu acolhimento foi fundamental para que pessoas como Gabrielly Elisa, de 21 anos, conseguissem sair da situação de rua e encontrar estabilidade. Diante da brutalidade do crime, Gabrielly faz um apelo às autoridades para que a morte de Christina não seja tratada apenas como estatística, destacando a importância de sua atuação na vida de tantas pessoas.

Julhia Santos, amiga e parceira de militância de Christina, ressalta a força política da ativista, que questionava as normas impostas pela sociedade e lutava por políticas públicas em favor da população LGBTQIAPN+. Christina desafiava as expectativas sociais e era considerada uma líder popular por sua fidelidade aos seus valores e crenças. Sua morte levanta questões sobre a naturalização das violências contra as pessoas trans e a urgência de combater o extermínio dessas vidas.

O Diário do Estado Triângulo destaca a importância de relembrar a história de Christina Maciel Oliveira e valorizar sua trajetória como agente de transformação social. Sua atuação como agente de saúde e mobilizadora comunitária deixa um legado de luta e resistência, inspirando aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-la. Que a memória de Christina seja preservada e sua morte não seja em vão, mas sim um chamado para ações concretas contra a violência e discriminação que atingem a comunidade trans.