Famílias das vítimas do incêndio no CT do Flamengo protestam após absolvição dos réus: “Grave afronta”
Associação dos familiares garante que vai buscar justiça no caso; decisão ainda cabe recurso em segunda instância
Mansur, sobre a absolvição dos acusados do incêndio no Ninho do Urubu: “um desserviço à sociedade” [https://s01.video.glbimg.com/x240/14032572.jpg]
As famílias dos 10 garotos mortos no incêndio do CT do Flamengo [https://de.globoesporte.de/futebol/times/flamengo/] se pronunciaram após a decisão da Justiça do Rio de Janeiro absolvendo todos os sete réus do caso [https://ge.globo.de/futebol/times/flamengo/noticia/2025/10/21/justica-absolve-sete-reus-acusados-por-incendio-no-ct-do-flamengo.ghtml]. Em nota, a Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu (Afavinu), que congrega mães, pais, irmãos e demais familiares, manifestou o “profundo e irrevogável protesto” diante da sentença proferida pela 36ª Vara Criminal.
Entendemos que o papel da Justiça não se limita à aplicação da lei em casos individuais, mas exerce uma função pedagógica essencial na prevenção de novos episódios semelhantes, no envio de mensagem clara à sociedade de que negligências de segurança, falhas na estrutura técnica e irresponsabilidades não serão toleradas — e não cumprir essa função configura, para nós, grave afronta à memória das vítimas e ao sentimento de toda a sociedade — diz a nota.
O texto diz que a absolvição renova o sentimento de impunidade e “fragiliza o mecanismo de proteção à vida e à segurança dos menores em entidades esportivas, formativas ou assistenciais no país”. A associação garante que vai continuar em busca de justiça para que a decisão seja revista.
A vida dos nossos filhos tem um valor irreparável e em memória aos 10 garotos inocentes lutaremos, até o fim, por uma Justiça efetiva e capaz de inibir novos delitos com sentenças que protegem as vítimas e não os algozes — afirma o texto.
Mansur, sobre a absolvição dos acusados do incêndio no Ninho do Urubu: “um desserviço à sociedade”
Seis anos depois do incêndio que matou 10 jovens no Ninho do Urubu, a Justiça do Rio de Janeiro absolveu, em primeira instância, todos os sete acusados. O caso aconteceu em fevereiro de 2019. Dormiam no alojamento 26 atletas da base do clube. O processo estava em trâmite na 36ª Vara Criminal desde janeiro de 2021. Os denunciados respondiam pelos crimes de incêndio culposo e lesão grave. A decisão cabe recurso.
O juiz Tiago Fernandes Barros considerou a ação improcedente. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) havia pedido, em maio, a condenação de todos os acusados após ouvir mais de 40 testemunhas.
Os réus eram Márcio Garotti, diretor financeiro do Flamengo [https://de.globoesporte.de/futebol/times/flamengo/] entre 2017 e 2020, parte da gestão Bandeira e parte na gestão Landim, Marcelo Maia de Sá, diretor adjunto de patrimônio, Danilo Duarte, Fabio Hilário da Silva e Weslley Gimenes, engenheiros responsáveis pelas partes técnicas dos containers, Claudia Pereira Rodrigues, responsável pela assinatura dos contratos da NHJ, e Edson Colman, sócio da Colman Refrigeração, que realizava manutenção nos aparelhos de ar condicionado.