Os desafios enfrentados pelo novo controlador da Linha Amarela, que está prestes a mudar de mãos com a transferência do controle da Lamsa para o Mubadala Capital, braço de investimentos do fundo soberano de Abu Dhabi, são múltiplos e complexos. Com entrada em vigor ainda dependente do aval do Cade e da Prefeitura do Rio, o destino da via expressa apresenta uma série de obstáculos decorrentes de sua importância e das dificuldades ao longo de seus 28 anos de operação.
Estendendo-se por mais de 17 quilômetros, conectando a Cidade Universitária à Barra da Tijuca, a Linha Amarela é palco de engarrafamentos constantes, especialmente nos horários de pico, tornando-se fonte de preocupação para motoristas, passageiros e pedestres que transitam pela região. Cortando 23 comunidades e 13 bairros, a via expressa concentra uma população de 500 mil pessoas, destacando-se ainda pelas questões de segurança que pairam sobre o local.
Diversos especialistas apontam para a necessidade de medidas que visem melhorar o fluxo de veículos na Linha Amarela, como a implementação de um sistema Free Flow de pedágio eletrônico e a criação de novas alças de acesso e saída da via. O custo do pedágio também é alvo de críticas, gerando reclamações por parte dos usuários que consideram o valor elevado para uma via localizada dentro da cidade.
Além dos desafios relacionados ao trânsito e ao pedágio, a Linha Amarela enfrenta uma sensação constante de insegurança, com relatos de assaltos, troca de tiros e tiroteios que interrompem o funcionamento da via em períodos de confrontos armados. A falta de iluminação adequada e a presença de usuários de drogas em passarelas representam riscos adicionais para os pedestres que circulam pelo local.
A transição de controle acionário da Lamsa para o Mubadala Capital traz incertezas quanto aos investimentos futuros e melhorias previstas para a via. Disputas judiciais anteriores entre a prefeitura e a concessionária remontam a questões de não cumprimento de obras e melhorias estabelecidas em contrato, somado a incidentes graves no passado que evidenciaram falhas de segurança. A falta de transparência quanto aos planos futuros para a Linha Amarela gera apreensão entre os usuários e moradores da região.
Diante deste cenário, a população aguarda com expectativa a definição dos rumos da via expressa e a implementação de medidas que garantam maior segurança e fluidez no tráfego. Ações efetivas por parte do novo controlador serão fundamentais para superar os desafios existentes e promover melhorias significativas na Linha Amarela, beneficiando a todos que utilizam diariamente essa importante via de acesso na cidade do Rio de Janeiro.