Intoxicação por metanol: 7ª vítima é um jovem de 25 anos que foi achado morto em casa
Ele passou mal após consumir bebida alcoólica em um churrasco em que outra pessoa também morreu. A companheira da sétima vítima morreu no hospital.
A sétima morte confirmada de intoxicação por metanol é de um jovem de 25 anos morador de Osasco, na Grande São Paulo.
Cleiton da Silva Conrado foi encontrado morto em casa. A companheira dele, Jhenifer Carolina dos Santos Gomes, também foi achada desacordada e levada ao hospital, onde morreu depois.
Os dois tinham ido a um churrasco na casa de outra vítima, Daniel, com quem depois foram algumas bebidas comprar bebida numa adega. Daniel também passou mal e morreu depois.
Cleiton morreu em 23 de setembro. O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML). Exames indicaram que havia 16 dg/L de metanol no sangue dele e também foi identificada a presença de cocaína.
Segundo o boletim de ocorrência, o médico do Samu que atendeu o chamado já encontrou Cleiton caído com suspeita de overdose e sem sinais de violência.
A viúva de Daniel, Josiellen dos Santos de Jesus, de 27 anos, que era prima de Jhenifer, contou que eles tinham combinado de fazer um churrasco para conhecer o companheiro dele, Cleiton.
A gente fez um churrasco lá em casa para conhecer o marido da minha prima, que foi o primeiro que faleceu, o Cleiton. Depois, a minha prima também morreu. A minha sorte é que eu não bebo. Senão, estaria ele [Daniel] em um caixão e eu do lado em outro.
Josiellen disse que Daniel e Cleiton foram algumas vezes até uma adega próxima, onde o marido dela sempre comprava bebidas, e adquiriram um combo de uísque com energético, mas que é possível que, em uma das vezes, tenham comprado gin também.
MORTES POR METANOL
As outras mortes confirmadas por intoxicação por metanol são:
– Ricardo Lopes Mira, de 54 anos, morador da cidade de SP
– Marcos Antônio Jorge Júnior, de 46 anos, morador da cidade de SP
– Marcelo Lombardi, de 45 anos, morador da cidade de SP
– Bruna Araújo, de 30 anos, moradora de São Bernardo do Campo
– Daniel Antonio Francisco Ferreira, de 23 anos, morador de Osasco
– Leonardo Anderson, de 37 anos, morador de Jundiaí
Os casos confirmados também cresceram, passando de 38 para 42.
Já os investigados caíram para 18, incluindo um óbito em investigação em Piracicaba, de um paciente de 49 anos. E até esta quarta-feira (22) são 423 suspeitas descartadas.
O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos. É altamente perigoso quando ingerido. Inicialmente, ataca o fígado, que o transforma em substâncias tóxicas que comprometem a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e até a morte. Também pode provocar insuficiências pulmonar e renal.
Jovem que bebeu gin adulterado com metanol completa 50 dias em coma na Grande SP
Rafael Anjos Martins, de 28 anos, completou 50 dias em coma na segunda-feira (20) após ingerir gin adulterado comprado em uma adega na Cidade Dutra, Zona Sul de São Paulo.
Desde 1º de setembro, quando foi diagnosticada a intoxicação por metanol, ele depende de ventilação mecânica e não apresenta fluxo sanguíneo cerebral.
O laudo médico de Rafael constatou que seu corpo tinha 155 mg/l de metanol. Médicos consultados pelo DE afirmam que, com valores acima de 100 mg/l, é grande a chance de entrar em coma profundo, ter lesão cerebral extensa e até mesmo chegar à morte.
Rafael está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de Osasco, na Grande São Paulo. Um inquérito policial foi aberto para investigar o caso. No local, foram apreendidas as duas garrafas consumidas e outras 14 lacradas, que foram encaminhadas à perícia.
A mãe, Helena Martins, que é enfermeira, falou com DE no começo de outubro. Ela escreveu o quadro do filho como irreversível.
“Não houve nenhuma alteração no quadro dele. Continua muito crítico. Eu ‘moro’ aqui com ele [hospital], e Rafael está muito instável. A união da família é o que nos mantém”, afirmou Helena Martins.
Amigo de Rafael, o auxiliar de produção Diogo Marques de Sousa contou ao Fantástico que eles compraram as bebidas em uma adega próxima à casa dele e não desconfiaram de irregularidades.
“Eu acordei desesperado porque abri o olho e não estava enxergando nada, tudo preto e uma dor de cabeça muito forte”, relatou Diogo.
Origem do metanol pode estar ligada a combustíveis
SINTOMAS E ATENDIMENTO
A recomendação do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo é que bares, empresas e demais estabelecimentos redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos oferecidos.
Os sintomas podem incluir ataxia, sedação, desinibição, dor abdominal, náuseas, vômitos, cefaleia, taquicardia, convulsões e visão turva, principalmente após ingestão de bebidas de procedência desconhecida.
Em caso de suspeita, é fundamental buscar atendimento médico de emergência. A população pode localizar o serviço mais próximo pela plataforma do governo de São Paulo. O Centro de Controle de Intoxicações (CCI-SP) também oferece apoio para diagnóstico e orientação pelos telefones (11) 5012-5311 e 0800 771 3733.
DE DEDE
Por fim, é importante conscientizar a população sobre os riscos da intoxicação por metanol e a importância de verificar a procedência e qualidade das bebidas consumidas. A investigação e punição dos responsáveis por adulterações de produtos são fundamentais para evitar novas tragédias como essa. A saúde e segurança dos consumidores devem ser prioridades em toda a cadeia de produção e comercialização de alimentos e bebidas. Fique atento e proteja-se contra esses perigos.




