Homem suspeito de chefiar o tráfico na Salina do Sacavém é preso em São Luís
A prisão foi efetuada na tarde dessa quinta-feira (23), durante uma ronda da corporação.
Suspeito de comandar tráfico na Salina do Sacavém, em São Luís, é preso pela PM — Foto: Divulgação/ PMMA
A Polícia Militar do Maranhão (PMMA) prendeu, em flagrante, um homem de 28 anos suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas no bairro Salina do Sacavém, em São Luís. A prisão foi efetuada na tarde dessa quinta-feira (23), durante uma ronda da corporação.
De acordo com a PM, o suspeito foi localizado na Rua da Paz e tentou fugir ao perceber a aproximação da guarnição, mas acabou sendo interceptado.
Homem foi capturado com cocaína e maconha durante ronda da PM em São Luís
Durante a abordagem, os policiais foram até a residência do homem e encontraram trouxinhas de cocaína e maconha prontas para a venda, além de balança de precisão, rolos de papel filme, celulares, uma motocicleta e dinheiro em espécie.
O material apreendido e o suspeito foram encaminhados ao Plantão Central do Itaqui-Bacanga, onde ele foi autuado por tráfico de entorpecentes. Em seguida, o homem foi encaminhado ao sistema penitenciário e permanece à disposição da Justiça.
SECRETÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA CRITICA ‘FAKE NEWS SOBRE ATAQUES’
Casos de violência geram medo e suspensão de aulas em escolas da capital
O secretário de Estado da Segurança Pública do Maranhão, Maurício Martins, falou nesta sexta-feira (24) sobre a onda de violência envolvendo disputa de facções criminosas por território na Grande São Luís, que já deixou sete mortos registrados e mais de dez feridos a tiros, além de provocar a suspensão das aulas em escolas e universidades.
Em entrevista à TV Mirante, o secretário afirmou que o sistema de segurança pública não vai se intimidar com nenhum tipo de desordem e que a Polícia Militar está nas ruas, a Polícia Civil investiga os casos e o Serviço de Inteligência está fazendo levantamentos. Ele também destacou que várias prisões relacionadas a essas ocorrências já foram realizadas nos últimos dias e outras ainda serão feitas. Além disso, fez críticas à legislação brasileira, à qual chamou de “frágil” e “fraca” no combate às organizações criminosas, pois permite a soltura de criminosos.
O secretário destacou, ainda, a divulgação de boatos com a intenção de causar pânico na população e alertou que essa prática também é crime. Maurício Martins afirmou que todos os envolvidos, de forma direta ou indireta, em todos esses casos serão presos (veja, no vídeo acima, a entrevista completa).
Veja abaixo os principais pontos da entrevista.
O secretário de Estado da Segurança Pública do Maranhão, Maurício Martins, deu entrevista à TV Mirante sobre a onda de violência na Grande São Luís. — Foto: Reprodução/TV Mirante
O secretário afirmou que não houve ocorrência de ataques em escolas e universidades públicas e particulares, nem no entorno delas. Portanto, não há nenhum problema relacionado à presença dos alunos e professores em sala de aula. “Todos sabem: o que existe é uma onda de fake news, trazendo terror para as pessoas, atrasando, atrapalhando as famílias, os alunos, os idosos, as pessoas que precisam sair de casa para trabalhar ou para qualquer outra atividade. O Sistema de Segurança Pública está nas ruas, a Polícia Militar está nas ruas e a Polícia Civil está investigando. Todos serão responsabilizados: aqueles que estiverem envolvidos, direta ou indiretamente, mesmo aqueles que se envolveram na disseminação dessas fake news”, afirmou Maurício Martins.
AUSÊNCIA DE POLICIAMENTO PERMANENTE NAS PERIFERIAS
O secretário foi questionado sobre o sentimento de insegurança que aflige a população, que tem levado à suspensão de aulas em escolas e faculdades, e que a principal demanda das pessoas é a presença constante da polícia nos bairros periféricos, não apenas em ações pontuais ou blitzes em avenidas principais. Maurício Martins disse que há muito tempo foi reforçado o policiamento de São Luís e, diante dessas ocorrências, o reforço é maior ainda.
“Estamos com policiamento nas grandes avenidas, que é o chamado ‘corredor de segurança’, e também estamos nos bairros. O que eu afirmo é que não existe ocorrência nos colégios que justifique o fechamento dessas escolas. O que ocorre são fake news, que promovem justamente esse tipo de manifestação, que são praticadas por famílias preocupadas com a segurança pública. É isso que nós vamos apurar, porque atrapalha a vida do cidadão comum”, afirmou.
Em relação à presença permanente do policiamento dentro dos bairros, Martins afirmou que nos últimos dois meses foram feitas mais de 2 mil prisões e nos últimos dias mais de 10 criminosos foram presos, envolvidos com essas ações.
CRÍTICAS À LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
O secretário de Segurança Pública afirmou, durante a entrevista, que a legislação brasileira é frágil no combate às organizações criminosas. Ele criticou o fato de criminosos serem soltos rapidamente após a prisão. Segundo Martins, o sistema de Justiça está limitado por leis que protegem mais os criminosos do que os cidadãos, o que dificulta o enfrentamento das facções criminosas.
“É preciso alertar, chamar atenção para um detalhe que a sociedade sabe, mas que é preciso nós repetirmos: é a questão da lei no Brasil. Nós temos uma lei frágil em relação às organizações criminosas. Nós não podemos mais prender e, no mesmo dia ou no dia seguinte, o criminoso estar solto através de uma audiência de custódia ou então estar solto usando tornozeleira ou até mesmo sendo preso em prisão domiciliar. A Justiça, o sistema de Justiça, está preso às leis que são frágeis, que protegem muito mais as ações de criminosos do que as do próprio cidadão.”
Foi perguntado ao secretário sobre o porquê de a Segurança Pública não conseguir acabar com o domínio das facções criminosas nos bairros. Em resposta, ele voltou a destacar a legislação brasileira. “As facções agem como verdadeiros terroristas. Nós precisamos ter uma legislação forte para combater todo aquele faccionado que promove ações contra a sociedade brasileira, contra a sociedade maranhense. Aqui no Maranhão, a polícia está nas ruas”, afirmou.
Martins também destacou que secretários de Segurança Pública de todo o Brasil já encaminharam nove projetos de lei, incluindo um sobre audiência de custódia, por entenderem que é uma forma de liberar mais rápido quem comete crimes. “Foi uma iniciativa dos secretários de Segurança de todo o Brasil, que passa por uma problemática nova de segurança pública, de criminalidade, que é a questão das facções. E já encaminhamos nove projetos de lei para o Congresso, sendo que um deles trata justamente dessa questão da audiência de custódia, que nós discordamos terminantemente. Entendo que o lugar de bandido é na cadeia, e é lá que ele merece ficar.”
Novamente questionado sobre a presença permanente da polícia nos bairros, o secretário disse que a criminalidade aumentou no Brasil por conta da falta de legislação forte para combater o criminoso faccionado. “Os legisladores precisam acordar para essa importante ação, endurecer o sistema legal contra crimes, especialmente aqueles praticados pelas facções, que praticam o verdadeiro terrorismo. E é justamente essa falta de legislação que faz com que ações como essas aconteçam em todo o Brasil.”
Ele voltou a destacar o reforço policial em São Luís, na Grande Ilha e em todo o estado do Maranhão. “Estamos reforçando mais ainda agora, diante dessas ocorrências, e vamos continuar. Temos duas importantes operações: uma da Polícia Militar, denominada Operação Captura; e outra grande operação da Polícia Militar, denominada Operação Impacta. Essas duas operações agem em todo o estado, prendendo criminosos, colocando-os na cadeia.”
ASSASSINATOS NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO LUÍS
Sobre o número crescente de assassinatos na Região Metropolitana de São Luís, como reflexo da ação dos faccionados, que estão dominando os bairros das cidades do Maranhão, Martins afirmou que o Estado é forte, o sistema de segurança pública é forte, mas a legislação permite a soltura de criminosos.
“Nós estamos agindo. Nós estamos prendendo, mas, infelizmente, a legislação permite a soltura de criminosos, como toda a sociedade brasileira, como toda a sociedade maranhense sabe e acompanha esses fatos. Nós vamos continuar agindo, prendendo, porque nós discordamos disso. Já conversamos com o corregedor-geral de Justiça, com o corregedor do Tribunal de Justiça, e estamos em conversas para aprimorar o sistema de Justiça e conseguir que criminosos fiquem mais tempo na cadeia. Lugar de criminoso, lugar de bandido é na cadeia, atrás das grades.”
Por fim, o secretário destacou que o estado do Maranhão está fazendo investimentos na segurança pública, com aumento de efetivo policial, reforma de delegacias, aquisição de viaturas e, especialmente, em treinamento de pessoal. Martins também voltou a criticar a legislação. “O sistema de segurança pública tem investido. O governador tem compromisso com a segurança pública e, em razão desses investimentos e do compromisso de nós, policiais, nós estamos avançando e prendendo o criminoso. Agora, a legislação é falha. A legislação é fraca. A legislação não beneficia o cidadão de bem; ela beneficia, às vezes, o indivíduo que pratica o crime.”
 
				



