O governo do Distrito Federal criou um dia em memória às ‘vítimas do comunismo’, e o secretário deixou o cargo; ‘problema dele’, diz Ibaneis
O chefe da Assessoria de Assuntos Institucionais do governo do Distrito Federal, Bartolomeu Rodrigues, publicou uma carta aberta nesta sexta-feira (24) para comunicar sua saída do cargo. O motivo da demissão foi a sanção do governador Ibaneis Rocha (MDB) para a lei que estabelece o “Dia da Memória das Vítimas do Comunismo” em Brasília, a ser lembrada em 4 de junho.
Até o momento, o governo do DF não informou quem será o substituto de Bartolomeu Rodrigues. Questionado pelo DE sobre o assunto, Ibaneis respondeu brevemente: “Se foi, é um problema dele”.
Na carta de demissão, o ex-secretário critica a lei como um ato de ‘revisionismo histórico’ e defende que a homenagem deveria ser voltada para os mortos da ditadura militar, como o jornalista Vladimir Herzog e o líder estudantil Honestino Guimarães.
Bartolomeu considera a medida do Distrito Federal uma traição aos ideais democráticos que inspiraram a construção de Brasília. Ele ressalta que, apesar de deixar o governo, continuará a se posicionar publicamente contra a lei em defesa da memória das vítimas da ditadura.
A nova data, instituída no calendário do Distrito Federal, foi sancionada na última terça-feira (21). O projeto foi proposto na Câmara Legislativa do DF pelo deputado Thiago Manzoni (PL) e escolheu o dia 4 de junho devido ao massacre ocorrido na Praça da Paz Celestial, em 1989, em Pequim.
Com a sanção da lei, o poder público poderá organizar atividades que promovam a reflexão sobre os danos à humanidade causados pelas ditaduras comunistas ao longo da história. Este acontecimento gerou polêmica e motivou a saída do chefe da Assessoria de Assuntos Institucionais do governo do DF.




