Chefe do tráfico na Muzema orientava criminosos sobre como enviar mensagens a Fernandinho Beira-Mar em presídio federal. Luiz Carlos Bandeira Rodrigues, conhecido como Da Roça ou Zeus, ganhou espaço no Comando Vermelho do Rio após auxiliar a facção a tomar a comunidade da milícia e manter contato com o traficante desde 2015. Revelações feitas pelo EXTRA para a série especial Conexões do Crime apontam que Zeus ensinava comparsas a contactarem o chefe da facção.
Em um áudio interceptado por agentes, Zeus explicava o processo de envio de mensagens a Beira-Mar. Naquele momento, o traficante estava preso na federal de Porto Velho, e Zeus, no Centro de Ressocialização do Cone Sul, em Vilhena. A chegada de Zeus ao Rio coincidiu com a expansão do Comando Vermelho pela Zona Sudoeste, historicamente dominada pela milícia, o que fortaleceu sua posição como chefe do tráfico na Muzema.
Atualmente, Zeus está escondido no Complexo do Alemão, comandando à distância tanto a Muzema quanto Rondônia. Sua posição de liderança está ligada à habilidade bélica e à agilidade para conseguir armas e munições. A presença de traficantes de diversos lugares do Brasil em territórios dominados pelo Comando Vermelho no Rio tem sido identificada por órgãos de segurança pública, representando uma ameaça nacional.
O Comando Vermelho já possui “franquias” em 25 estados e no Distrito Federal, e transformou o Rio em um espaço de intercâmbio, onde chefes da facção espalhados pelo Brasil ganharam blindagem e passaram a controlar territórios à distância. Em nota, a Secretaria Nacional de Políticas Penais e a Polícia Penal Federal afirmam que todas as comunicações são monitoradas dentro das penitenciárias federais, demonstrando a eficiência dos mecanismos de segurança.
A expansão do Comando Vermelho representa um desafio para a segurança pública, colocando em pauta questões de soberania nacional. As interações entre presos nas penitenciárias federais são acompanhadas em tempo real por policiais penais federais, que têm atuado com elevado padrão técnico e estrito cumprimento da Lei de Execução Penal. Medidas de segurança e inteligência foram intensificadas desde 2019 diante de tentativas de desestabilização do sistema.




