Fãs de Guns N’ Roses não se importam que Axl virou o Zezé di Camargo do rock. E nem deveriam. A banda fez um show bem recebido no Allianz Parque lotado, em São Paulo. A nostalgia e devoção dos fãs impediram o público de se importar com o vocal sem potência e fôlego de Axl Rose.
Na décima vinda ao Brasil, o Guns N’ Roses mostrou que não precisa ter o fôlego de outros tempos para conquistar uma multidão vestindo camisas pretas vendidas por 200 reais nos corredores do lotado Allianz Parque, em São Paulo. Mesmo sem lançar álbuns desde 2008 e com Axl Rose longe de sua melhor forma vocal, a banda americana ainda consegue superar polêmicas passadas e se manter querida.
A devoção do público se explica pela nostalgia, uma memória afetiva que faz quarentões e cinquentões se lembrarem dos tempos passados. Não importa que Axl tenha virado uma espécie de Zezé di Camargo do rock, fazendo alusão à incapacidade dos dois de repetir agudos e piruetas vocais de outrora. O que importa são as canções como “Sweet Child o’ Mine”, “Paradise City” e “É o amor”.
É emocionante ver os fãs celebrando momentos do show em que o cantor entrega uma performance correta, como em “Yesterdays”, na abertura com “Welcome to the Jungle” e no dueto com o público em “Knockin on Heaven’s Door”. Axl pode não ter mais o mesmo fôlego de antes, mas os fãs parecem entender e aceitar essa mudança.
Roberto Medina, fundador do Rock in Rio, resume bem o fascínio dos fãs pela banda. Mesmo com críticas à voz de Axl, o público ainda lota os shows da banda. A inclusão do baterista Isaac Carpenter foi uma novidade nesta última passagem pelo Brasil, substituindo Frank Ferrer, que esteve na banda por 19 anos.
O repertório inovador e as novas músicas prejudicaram um pouco a performance, mas a homenagem a Ozzy Osbourne foi um ponto alto do show. Desde a volta de Slash e de Duff em 2016, o grupo restaurou parte de sua sonoridade clássica. Mesmo com algumas mudanças, o Guns N’ Roses continua sendo uma referência no rock mundial.
Mesmo com as críticas à voz de Axl e às mudanças na formação da banda, os fãs continuam fiéis e presentes nos shows. A força das músicas clássicas e a energia do grupo ainda são capazes de emocionar e atrair multidões. A história e o legado do Guns N’ Roses permanecem vivos, independente de aspectos individuais dos membros da banda. A nostalgia e a devoção dos fãs continuam sendo os pilares que sustentam o sucesso do grupo.




