Cinomose: cidades do interior de SP alertam para aumento de casos da doença fatal que atinge cães
O município de Pilar do Sul (SP) registrou 21 casos, com apenas 1 animal salvo. Tatuí (SP), 12 resultados positivos para a doença, nenhum deles sobreviveu. Em Manduri (SP) foram registrados 37 casos.
Cidades da região de Itapetininga voltam a registrar casos de cinomose
A cinomose é uma doença viral grave e altamente contagiosa que afeta os cães. O vírus atinge principalmente filhotes não vacinados ou animais imunossuprimidos e debilitados, comprometendo sistemas como o respiratório, digestivo e nervoso.
Cidades da região de Itapetininga (SP) registraram aumento nos casos e emitiram alertas à população. O de conversou com a médica-veterinária Juliana Morika Sonoda, de 46 anos, que explicou como ocorre a transmissão, quais são os sintomas e as formas de prevenção e cuidado.
Em Pilar do Sul, neste ano, 21 cães com cinomose foram atendidos pelo Departamento de Zoonoses, apenas um sobreviveu. Em 2024, 18 animais deram entrada com a doença e dois resistiram. Os dados se referem a cães de rua encaminhados ao canil municipal.
Em Tatuí, 62 cães foram testados em 2025, e 12 tiveram resultado positivo. Segundo a prefeitura, nenhum sobreviveu.
Em Manduri, 37 casos foram confirmados neste ano e outros 30 suspeitos foram encaminhados para clínicas de cidades vizinhas.
Em Avaré, a prefeitura confirmou aumento de casos, mas não divulgou números. O município emitiu alerta de surto e orientou sobre medidas preventivas.
A DOENÇA
Cidades da região de Itapetininga alertam sobre aumento nos casos de cinomose — Foto: Arquivo pessoal/Juliana Sonoda
Segundo Juliana, a cinomose é considerada fatal porque o vírus causa danos graves e irreversíveis, principalmente ao sistema nervoso. Mesmo com tratamento e suporte dos tutores, muitos cães não resistem. Os que sobrevivem podem ter sequelas neurológicas permanentes, como tremores, mioclonia (contrações musculares involuntárias) e convulsões.
A transmissão ocorre quando um cão saudável entra em contato com secreções respiratórias, fezes, urina, sangue ou saliva de um animal infectado. A contaminação pode ser direta — pelo contato entre os cães — ou indireta, por comedouros, brinquedos e objetos contaminados. “Por isso, o cão pode se infectar até durante um passeio no parque ou na rua, por onde outro pet doente passou”, explicou a veterinária.
SINTOMAS
Os sintomas variam conforme o estágio da doença, explicou Juliana. Entre os mais comuns estão febre, apatia, perda de apetite, secreção ocular e nasal, tosse, vômitos e diarreia. Em estágios mais avançados, o vírus pode causar pneumonia, tremores, convulsões e paralisia dos membros posteriores. “É uma doença que compromete vários órgãos e evolui de forma rápida e grave”, alertou. Ao perceber qualquer sintoma, os tutores devem levar o animal imediatamente ao veterinário, reforçou Juliana. “O diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de recuperação”.
Veterinária de Itapetininga (SP) explica mais sobre a cinomose, doença fatal que atinge cães — Foto: Arquivo pessoal/Juliana Sonoda
A veterinária explicou que a cinomose atinge apenas cães e animais silvestres da mesma família, como raposas, lobos e furões. Gatos e humanos não são suscetíveis. Os filhotes e cães não vacinados são os mais vulneráveis, pois têm imunidade baixa contra o vírus.
 
				 
															



