Os clubes desportivos dos Açores não pagavam pela utilização dos relvados, mas essa realidade mudou com a exigência do governo por meio de um protocolo. A governante Sofia Ribeiro explicou na Assembleia Legislativa dos Açores que agora é cobrado o pagamento das despesas de manutenção e obras de remodelação, beneficiando a todos. Ela justificou assim a polêmica levantada pela deputada Hélia Cardoso, do Chega, sobre um protocolo firmado com a SAD do Santa Clara que cedia exclusivamente as instalações públicas desportivas por cinco anos.
A governante refutou a ideia de privilegiar o clube desportivo, que compete na primeira Liga de futebol nacional, destacando que o protocolo atual faz com que o Santa Clara pague pela utilização do recinto, o que não ocorria anteriormente. A discussão gerou debates no parlamento, com deputados do PS questionando a mudança de postura do Governo Regional e a exclusividade concedida ao clube em detrimento de outros. Já o deputado do PSD Joaquim Machado argumentou que o relvado do complexo desportivo do Lajedo não era utilizado para aulas, contrariando a visão da presidente da Escola Secundária Domingos Rebelo, em Ponta Delgada.
As resoluções aprovadas pelo parlamento açoriano em setembro, sugerindo a revogação do protocolo com o Santa Clara, refletem a preocupação com a gestão pública do complexo desportivo do Lajedo. Uma petição também foi entregue, defendendo a manutenção da gestão pública do espaço dedicada ao desporto escolar e à formação de jovens atletas. Em comunicado, a Direção do Santa Clara Futebol SAD lamentou a postura de alguns deputados, classificando-os como elitistas e desrespeitosos, promovendo um discurso odioso. O clube considera os ataques como oportunismo político e hipocrisia de figuras parlamentares desinformadas sobre o desporto na região.