O encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, gerou entusiasmo entre a militância petista, porém levou a cúpula do PT a adotar um tom de cautela. A orientação interna é conter as comemorações e evitar o uso político imediato da reunião até que as negociações entre os dois países avancem de forma concreta. Segundo dirigentes do partido, o diálogo entre Lula e Trump foi considerado positivo, mas ainda não representa o fim das tratativas, especialmente em relação à redução de tarifas comerciais americanas. A avaliação é que qualquer celebração antecipada poderia gerar desgaste caso o acordo não se concretize. A direção do PT recomendou que militantes, parlamentares e ministros aguardem o desfecho das discussões antes de associar o encontro a conquistas políticas ou econômicas. Somente após eventuais resultados, como o corte efetivo das tarifas, o partido pretende explorar o episódio como ativo político para o presidente. Dentro do governo, a aproximação com Trump é vista como mais um movimento na estratégia de reforçar a imagem internacional de Lula, que já acumula ganhos de popularidade no cenário interno. A recente aprovação do projeto que eleva a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a proposta de emenda constitucional que institui a jornada de trabalho de cinco dias com duas folgas semanais estão entre as apostas do Planalto para 2026. Analistas avaliam que, apesar do tom otimista das duas partes, as negociações devem ser longas e complexas, devido a divergências comerciais e políticas. Especialistas ouvidos pela imprensa apontam que a redução de tarifas é um ponto sensível, que exige consenso técnico e equilíbrio diplomático. Por ora, o Planalto e o PT tentam manter discrição, apostando na continuidade das conversas como sinal de fortalecimento da posição do Brasil no cenário internacional e de ampliação do capital político de Lula.




