No Espírito Santo, a morte trágica de Alice Rodrigues, uma menina de apenas 6 anos, chocou a população após traficantes ligados ao Primeiro Comando de Vitória (PCV) e ao Comando Vermelho (CV) confundirem o carro da família com o de rivais do Terceiro Comando Puro (TCP). Em um dia que deveria ser tranquilo na Praia de Carapebus, Alice foi atingida na cabeça por tiros disparados de outro veículo, enquanto seu pai dirigia e sua mãe, grávida de oito meses, estava no banco do carona. A família foi pega de surpresa e a criança não resistiu, sendo enterrada no dia do aniversário de casamento dos pais.
Como parte da série de reportagens Conexões do Crime, o subsecretário de Segurança Pública do Espírito Santo alertou para as estratégias mais agressivas adotadas pelo PCV para expandir sua atuação no estado capixaba. A participação de facções cariocas e líderes do tráfico capixabas, como Sérgio Raimundo Soares da Silva Filho, conhecido como Cauê e mandante do ataque que vitimou Alice, mostra como as disputas entre facções estão ultrapassando fronteiras estaduais e se espalhando pelo país.
Além disso, a presença do Primeiro Comando de Vitória na Rocinha, no Rio de Janeiro, revela a complexidade das conexões entre as facções e a importância de desmantelar essas redes criminosas. O aumento no número de apreensões de fuzis no Espírito Santo, com 19 armamentos confiscados apenas até outubro deste ano, evidencia a preocupação com a escalada da violência e a necessidade de ações mais efetivas para conter o avanço do tráfico de drogas e as disputas entre as facções.
Com um conselho formado por nove integrantes, sendo oito deles na Rocinha, o PCV tem buscado consolidar sua presença no estado capixaba com o uso de armas de grosso calibre e estratégias cada vez mais violentas. A história de Alice é um triste exemplo do impacto devastador dessas disputas pelo controle do território e do tráfico de drogas, alertando para a urgência de medidas de segurança mais eficazes e de um combate mais intenso ao crime organizado.
A série de reportagens Conexões do Crime lança luz sobre a expansão das facções criminosas pelo país, mostrando como a atuação desses grupos tem afetado não só as grandes cidades, mas também regiões antes consideradas mais pacíficas, como o Espírito Santo. É fundamental fortalecer as investigações, o monitoramento e a cooperação entre os órgãos de segurança pública para combater esse cenário de violência e insegurança que assola diversas comunidades.
Diante do aumento da violência e da presença das facções em diferentes estados, é necessário um esforço conjunto das autoridades para enfrentar o crime organizado, desarticulando suas estruturas e evitando que tragédias como a morte de Alice se repitam. A segurança da população deve ser prioridade, com políticas públicas eficazes, investimento em inteligência policial e medidas preventivas que ajudem a deter o avanço do tráfico de drogas e a violência associada a ele. Juntos, é possível construir um ambiente mais seguro e proteger as futuras gerações de tragédias como a que vitimou Alice no Espírito Santo.




