Exposição “Fullgás” em BH: Polêmica, veto e nova classificação 12+

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Exposição que vereadores de BH tentaram fechar passa a ter classificação indicativa de 12 anos

A exposição “Fullgás”, que estava em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte (CCBB-BH), foi alvo de polêmica gerada por vereadores da capital mineira. Após supostas queixas de mães incomodadas com as obras expostas, parlamentares tentaram fechar a mostra, argumentando que imagens de sexo e nudez estavam sendo exibidas ao público sem restrição de idade. Em meio a essa controvérsia, a classificação indicativa da exposição foi ajustada para 12 anos, conforme anunciado pelo CCBB.

No dia 8 de outubro, vereadores de BH foram ao CCBB com guardas municipais e policiais militares para exigir o fechamento da exposição que estava em exibição desde agosto. Alegaram a exibição de conteúdo inadequado para o público em geral, o que levou a uma intervenção judicial. Uma liminar foi concedida determinando que a classificação indicativa da mostra fosse alterada para 18 anos, o que foi prontamente realizado pelo CCBB em 16 de outubro.

Apesar da decisão inicial, a Justiça reviu a liminar, e a classificação indicativa da exposição “Fullgás” foi ajustada para 12 anos. O Centro Cultural emitiu um comunicado ressaltando que a exposição seguiu as normas estabelecidas pelo Guia Prático de Artes Visuais do Ministério da Justiça, que permitem a apresentação de obras sem teor erótico explícito para todos os públicos.

O Fórum Lafayette, responsável pelo julgamento de causas cíveis e criminais em BH, informou que o processo está sob sigilo. Dessa forma, não foi possível obter manifestações do juiz responsável pelo caso. A exposição “Fullgás” seguiu em cartaz nos dias seguintes à polêmica, com a classificação revisada de 12 anos, dando continuidade à exibição das obras que refletem a cultura brasileira dos anos 1980.

A exposição, com elementos que retratam a história da ditadura militar no Brasil, inclui radiolas, televisões e capas de revistas da época. Alguns trabalhos artísticos na mostra foram criticados pelos vereadores, como uma obra que aborda a conscientização sobre sexo seguro e o uso de preservativos para prevenir doenças autoimunes como a AIDS. Outra peça controversa é uma pintura de uma mulher utilizando um espartilho em pose dramática e sensual.

A controvérsia em torno da exposição “Fullgás” coloca em pauta debates sobre a liberdade artística, a classificação indicativa de obras de arte e a intervenção de órgãos políticos no cenário cultural. O caso levantou questionamentos sobre os limites da expressão artística e a interferência de agentes públicos na promoção e censura de manifestações culturais. Apesar das divergências, a mostra permaneceu aberta ao público após a revisão da classificação indicativa.

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