Vencedor do Prêmio Jabuti, o renomado jornalista Luis Osete compartilha sua experiência e reflexões sobre seu livro “Maracujá Interrompida”, sua primeira incursão no mundo da poesia. A obra vai além de simples versos, trazendo à tona questões profundas sobre luto e relações familiares complexas, gerando um impacto emocional potente nos leitores.
O reconhecimento de Luis Osete veio com o Prêmio Jabuti 2025, onde seu livro Maracujá Interrompida foi premiado na categoria de Escritor Estreante – Poesia, do Eixo Inovação. Publicado pela editora Cepe, o livro narra a jornada de uma mulher lidando com a perda da mãe e as dificuldades de cuidar de um pai com demência avançada, revelando camadas emocionais profundas e provocativas.
A história da personagem, cujo luto é entrelaçado com uma relação complexa com a mãe falecida e um pai abusivo, é descrita por Osete como uma experiência de elaboração do luto que ressoa em diferentes camadas de significados para os leitores. O termo “Maracujá Interrompida” é simbólico, ligando o fruto cortado ao papel materno da personagem na trama.
Em entrevista, Luis Osete destaca a versatilidade de interpretação de seu livro, que pode ser apreciado tanto por aqueles que vivenciam o luto quanto por quem busca reflexões sobre vida, morte e afetos desbotados. O autor ressalta a importância do Prêmio Jabuti como validação de sua mensagem e qualidade literária, embora reconheça a perene insegurança que permeia a vida do escritor.
Mesmo com o reconhecimento, Osete mantém humildade ao mencionar influências como Drummond e João Cabral, ressaltando a dificuldade de premiar uma obra em detrimento de outra. Sua jornada até o Prêmio Jabuti começou na Bahia, passando por Pernambuco e culminando no Rio de Janeiro, reflexo de seu percurso literário e acadêmico que se entrelaçam em seu trabalho.
O encontro de Luis Osete com a poesia remonta à sua juventude em Salvador, impulsionado por um professor que o incentivou a explorar a escrita poética. A pandemia da Covid-19 desempenhou um papel crucial na configuração de seu livro Maracujá Interrompida, transformando um período de introspecção em poesia e arte. Atualmente, o autor se dedica à conclusão de sua tese de doutorado e aos planos de um livro infantil inspirados em sua pesquisa com crianças ribeirinhas do Rio São Francisco.




