Jovem presa por assalto a farmácia é solta após polícia reconhecer erro
Rayane Carla Rodrigues de Oliveira, de 22 anos, havia sido presa no dia 16 de
outubro, após ser reconhecida por foto de rede social como uma das autoras de um
roubo.
Polícia admite ‘equívoco’ em reconhecimento que levou à prisão de mulher por
roubo em farmácia; Defensoria pede liberdade
Polícia admite ‘equívoco’ em reconhecimento que levou à prisão de mulher por
roubo em farmácia; Defensoria pede liberdade
A jovem Rayane Carla Rodrigues de Oliveira, de 22 anos, foi solta na tarde desta terça-feira (28) após a Justiça emitir o alvará de soltura. De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), o documento chegou à unidade prisional Djanira Dolores de Oliveira, e Rayane deixou o local imediatamente após o recebimento.
O caso foi revelado pelo RJ2 na última semana. Rayane havia sido presa no dia 16 de outubro, após ser reconhecida por foto como uma das autoras de um roubo a uma farmácia na Zona Norte do Rio. Dias depois, a Polícia Civil admitiu o erro no reconhecimento fotográfico que levou à prisão da jovem.
“Após realizar outras diligências no curso do processo judicial ficou confirmado que houve um equívoco no reconhecimento feito pela vítima. A delegacia, então, enviou as informações à Justiça e ao Ministério Público, a fim de auxiliar na decretação da liberdade dela. Cabe destacar que a Polícia Civil sempre busca a verdade e a justiça, e seguirá investigando o caso a fim de melhor esclarecer os fatos”, dizia a nota da Polícia Civil.
A Defensoria Pública havia solicitado a liberdade de Rayane assim que o equívoco foi identificado. O pedido foi analisado pela Justiça, que determinou a soltura nesta terça-feira. Segundo a Defensoria, o reconhecimento de Rayane foi feito de forma ilegal, apenas por meio de uma fotografia retirada de rede social, apresentada a dois funcionários da farmácia na delegacia de Todos os Santos. O procedimento não seguiu os protocolos legais, como a descrição prévia da suspeita pelas testemunhas.
O caso ganhou repercussão após familiares denunciarem que a jovem nunca havia estado no local do crime. A Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) informou que corrigiu o erro e segue apurando as circunstâncias que levaram ao reconhecimento equivocado.
Em sua decisão, a juíza considerou que Rayane não representa risco à ordem pública nem ao andamento do processo e que medidas alternativas à prisão são suficientes enquanto o caso é apurado. Uma perícia técnica realizada pela criminalista Denise Rivera concluiu que Rayane não é nenhuma das três mulheres que aparecem nas imagens do assalto.
O laudo foi entregue à Defensoria Pública e embasou o pedido de soltura e de encerramento da ação penal. O médico legista e perito Nelson Massini também analisou os vídeos e afirmou que “nenhuma delas é a Rayane”, destacando diferenças físicas e a ausência de uma tatuagem que deveria estar visível.
“Eu fiz várias observações: O cabelo, formato do rosto, eu medi até o formato do pé. E a Rayane tem uma tatuagem que nessa foto deveria aparecer e não aparece”, explicou Massini. Rayane foi presa no dia 16 de outubro, enquanto estava em um restaurante na Urca com o namorado. Ela não tem antecedentes criminais e trabalha com carteira assinada em uma loja de shopping em Del Castilho.
“Poucos dias depois, a delegacia concluiu o inquérito, dizendo que ‘o belo trabalho de investigação da unidade, com a ajuda preliminar da gerência da drogaria, conseguiu identificar alguns membros da organização criminosa que pratica roubos e furtos em farmácias da região'”.
O delegado, então, representou pela prisão preventiva de Rayane e de um homem. Nove dias depois, o Ministério Público apresentou a denúncia, a partir de informações do inquérito, também solicitando a prisão. Cinco dias depois, a juíza da 35ª Vara Criminal do Rio aceitou a denúncia e decretou a prisão. No dia seguinte, o mandado foi expedido e, um dia depois, Rayane foi presa. Pelo que consta no processo, nem a polícia e nem o Ministério público individualizaram a conduta das outras duas que aparecem no vídeo e também não foi feita perícia das imagens.




