O EXTRA acompanhou de perto a busca por corpos na mata da Vacaria, local que concentrou a maior parte das mortes em uma megaoperação no Rio de Janeiro. A área é uma extensa pedreira, íngreme e, em algumas partes, escorregadia, onde mais de 50 pessoas se reuniram para auxiliar nas buscas.
No local, as vozes infantis se misturam ao som de galhos quebrados. Quatro meninos, aparentando ter entre 8 e 12 anos, saem da mata que circunda a pedreira na Vacaria, vestindo apenas shorts pretos e chinelos. Um deles demonstra frustração, batendo um bastão no chão e proferindo palavrões, enquanto seu colega tenta animá-lo e garantir que as buscas continuarão.
A presença dos meninos na região, onde dezenas de corpos foram encontrados, é percebida por uma moça jovem, que os alerta sobre a periculosidade do local. Enquanto isso, moradores procuram por parentes mortos nas trilhas, emocionando-se ao encontrar corpos e demonstrando a dor da perda.
A mata da Vacaria foi peça fundamental para as polícias durante a operação, sendo o local onde agentes do Bope encurralaram os criminosos. O terreno íngreme e pedregoso dificultou as buscas, com cápsulas de fuzis, marcas de tiros e manchas de sangue espalhados pelo chão. Lideranças locais estimam que ainda há cerca de 30 corpos desaparecidos no local.
Durante a busca, os moradores se deparam com traficantes de outros estados, que se mostram inexperientes e vulneráveis diante das ações policiais. Um pastor local lamenta a situação, ressaltando que ninguém espera que seus filhos se tornem bandidos e destacando a presença de “forasteiros” no confronto.
Os corpos encontrados na Vacaria são retirados por moradores e expostos na Praça São Lucas, de onde são removidos para o IML. A cidade do Rio de Janeiro registra um retorno tranquilo durante a noite, com os transportes operando normalmente após a tragédia na região da Serra da Misericórdia.




