A denúncia que motivou a operação na Penha utilizou mensagens de WhatsApp e vídeos de drones como prova contra a atuação do Comando Vermelho no Rio de Janeiro. O Ministério Público do Rio de Janeiro detalhou a hierarquia da facção criminosa e mostrou como os traficantes se comunicavam e monitoravam as ações policiais por meio de aplicativos.
De acordo com a investigação, a megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão teve como base um documento elaborado pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ). Esse documento, resultado de trabalhos da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), acusou 69 pessoas de associação para o tráfico de drogas, descrevendo um organograma da facção criminosa e suas respectivas funções.
Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso, foi apontado como a principal liderança do Comando Vermelho na região da Penha, além de outras comunidades como Gardênia Azul, Cesar Maia, Juramento, Quitungo e Alemão. Doca possuía uma cadeia hierárquica rígida, onde as ordens eram seguidas à risca e punições severas eram aplicadas a quem desobedecesse.
Juntamente com Doca, no 1º escalão do Comando Vermelho, estavam Pedro Paulo Guedes, conhecido como Pedro Bala, e Carlos Costa Neves, o Gardenal. Também destacado como homem de confiança de Doca, Washington Cesar Braga da Silva, o Grandão, aparecia nas comunicações interceptadas advertindo os membros do grupo sobre a necessidade de autorização para execuções.
Durante a operação, foi descoberto que os traficantes do Comando Vermelho utilizaram drones para atacar os policiais, demonstrando uma sofisticação tecnológica cada vez maior por parte da facção criminosa. Além disso, as mensagens de WhatsApp eram amplamente utilizadas pelos líderes da organização para emitir ordens e orientações sobre a comercialização de drogas, escalas de plantões e execuções de indivíduos contrários aos interesses criminosos do grupo.
A operação desencadeada a partir das denúncias do Ministério Público contou com a análise minuciosa das conversas e registros eletrônicos, essenciais para mapear o funcionamento interno da facção criminosa e embasar os pedidos de prisão que resultaram na megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha. A ação foi considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, evidenciando a gravidade do problema do tráfico de drogas na região.




