Secretário de Segurança do RJ fala sobre vinda de Moraes em audiência sobre megaoperação: “Nada a temer, nada a esconder”

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Nada a temer, nada a esconder’, diz secretário de Segurança sobre vinda de
Moraes ao RJ para audiência sobre megaoperação

Victor Santos se reuniu com parlamentares federais nesta quinta-feira.

Victor Santos (terceiro sentado da direita para a esquerda) se reúne com
parlamentares no Rio — Foto: Henrique Coelho/g1

O secretário de segurança do Rio de Janeiro, Victor Santos, afirmou nesta
quinta-feira (30) que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre DE Moraes
vem ao Rio na semana que vem para uma audiência sobre a megaoperação da última
terça
nos complexos da Penha e Alemão.

A operação que teve como alvo integrantes do Comando Vermelho terminou com 121
mortos,
entre eles quatro policiais. Todos os outros, segundo o governo do Rio, eram
criminosos. Até esta quinta, cerca de metade dos corpos tinha sido identificada.

Victor falou sobre a vinda de Moraes após uma reunião com um grupo de deputados
federais no Rio, que também vieram falar sobre a megaoperação.

“Recebemos todos os paramentares para explicar como foi a dinâmica. Cabe a nós
dar esse esclarecimento. Não temos nada a temer, nada a esconder. Na semana que
vem, está vindo aqui o ministro Alexandre DE Moraes com a mesma missão, com o
mesmo objetivo, para que a gente possa mostrar a ele o que as forças policiais
do Rio de Janeiro enfrentam”, disse ele.

O secretário de segurança também negou que tenha acontecido “vazamento
qualificado” da operação. Ele afirmou que, com a movimentação de 2,5 mil agentes
de segurança, o crime pode ter se mobilizado para a operação. Segundo ele,
notícias sobre a movimentação das forças de segurança no Alemão e na Penha não
atrapalharam a operação:

“Fake News. Não houve um vazamento qualificado, de tentarmos um objetivo e o
objetivo não ser atingido”, disse Victor Santos.

RETOMADA DE TERRITÓRIOS

Na coletiva após o encontro, Victor Santos declarou que não haverá ocupação de
territórios no Rio de Janeiro, e sim retomadas de território, como previsto na
ADPF 635. “Ocupação já não funcionou no passado e não vai funcionar porque as
forças de segurança não tem efetivo para ocupar 1,8 mil comunidades, 800 só na
capital”

Segundo ele, a região de Jacarepaguá foi a área escolhida para iniciar o plano
de retomada de territórios: “A área escolhida para iniciar o plano de retomada é
uma área onde existe comando vermelho, milícia e TCP. Se juntar Jacarepaguá,
Barra da Tijuca, Itanhangá, Recreio, temos 1,2 milhões de pessoas.“

Sobre o Escritório de Enfrentamento ao Crime Organizado,
Victor Santos disse que ainda vai haver um alinhamento, mas um pedido para que
seja decretado Garantia de Lei e da Ordem (GLO) está descartado em um primeiro
momento.

“Quando o governador pede GLO, ele está dizendo que não tem condições de
enfrentar o problema. O que o Rio de Janeiro vem fazendo é mostrando que tem
capacidade, mas se tiver integração com outros entes, os objetivos podem ser
atendidos com muito mais rapidez”

PEDIDO DE ESCLARECIMENTO DE MORAES

Alexandre DE Moraes vai ao RJ para audiência com Cláudio Castro

Na quarta-feira, Moraes determinou que o governador Cláudio Castro preste
informações sobre a operação policial.

A decisão de Alexandre DE Moraes veio após pedidos de entidades de direitos
humanos e de partidos políticos, incluindo o PSB – um dos autores da ação que
discute operações nas favelas do Rio de Janeiro.

Em abril, o Supremo autorizou a ação de forças de segurança do estado, com
regras para reduzir a letalidade e garantir direitos humanos nas comunidades.
Entre as informações solicitadas nesta quarta-feira (29) por Moraes, estão:

* número de agentes envolvidos;
* número oficial de mortos, feridos e detidos;
* se houve medidas para garantir a responsabilização em caso de eventuais
abusos e violações de direitos, incluindo a atuação dos órgãos periciais e o
uso de câmeras corporais e nas viaturas policiais;
* a preservação do local para perícia e conservação dos vestígios do crime;
* a observância rigorosa do princípio da proporcionalidade no uso da força, em
especial nos horários de entrada e saída das escolas.

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