A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), criticou nesta sexta-feira (31/10) governadores de direita, aos quais atribuiu uma postura que, na visão dela, estimula o ‘intervencionismo militar estrangeiro’ no Brasil. Gleisi direcionou as críticas especialmente ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), que se coloca como pré-candidato à Presidência e tem buscado ampliar sua exposição nacional. Nesta semana, o político defendeu a megaoperação policial no Rio e voltou a criticar a PEC da Segurança. ‘Governadores da direita, vocalizados por Ronaldo Caiado, investem na divisão política e querem colocar o Brasil no radar do intervencionismo militar de Donald Trump na América Latina. Segurança pública é uma questão muito importante, que não pode ser tratada com leviandade e objetivos eleitoreiros’, afirmou Gleisi.
Um grupo de governadores da oposição se reuniu no Rio e anunciou a formação de um ‘consórcio da paz’ para combater a violência. O objetivo seria integrar forças de segurança e equipes de inteligência. O grupo deixou de fora a União e não anunciou ainda medidas.
Desde a megaoperação policial no Rio de Janeiro, na terça-feira (28), aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a oposição bolsonarista travam uma disputa pelo protagonismo no debate sobre segurança pública, tema que tende a ganhar peso entre os eleitores em 2026.
O governo Lula tenta reagir reforçando a articulação da PEC da Segurança Pública, parada há quatro meses na Câmara dos Deputados, e prepara o envio ao Congresso de um projeto de lei ‘antifacção’, voltado ao combate ao crime organizado.
Na contramão, políticos de direita tentam capitalizar a operação para retomar espaço num debate que o Planalto vinha dominando após a aproximação diplomática com os Estados Unidos. Opositores exploram a fala de Lula sobre traficantes serem ‘vítimas de usuários’ e se mobilizam por um projeto que equipara facções criminosas a terroristas.
Com ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível e ainda sem definir um sucessor, governadores de direita e parlamentares do PL buscam ocupar o espaço deixado pelo político, transformando o tema da segurança pública em trunfo eleitoral para 2026.




