Polícia Civil do Rio divulga lista de suspeitos mortos em megaoperação: 99 identificados, nenhum denunciado pelo MP, e 42 com mandados em aberto.

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A Polícia Civil do Rio divulgou, nesta sexta-feira, a lista parcial com nomes dos 99 suspeitos mortos da operação da última terça-feira nos complexos da Penha e Alemão, na Zona Norte, já identificados. Surpreendentemente, nenhum dos suspeitos mortos havia sido denunciado pelo Ministério Público do Rio na investigação que embasou a ação policial, e nenhum possuía mandado de prisão relacionado a esse processo. Entretanto, foi revelado que 42 dos mortos tinham mandados em aberto por outros casos, e 78 possuíam um extenso histórico criminal, segundo informações da polícia.

Todos os corpos foram identificados por parentes no Instituto Médico-Legal e estão prontos para serem liberados para enterros. Nenhum desses óbitos aparece na denúncia que embasou a megaoperação. Dezoito corpos ainda aguardam reconhecimento oficial. O Secretário estadual de Polícia Civil, Felipe Curi, destacou que 40 dos mortos eram oriundos de outros estados, como Ceará, Bahia e Pará, onde alguns deles exerciam cargos de liderança no crime organizado. O balanço da operação revelou que houve também 113 presos, incluindo 33 de outros estados e 10 adolescentes, sendo que 54 deles tinham anotações criminais.

A megaoperação nos complexos da Penha e Alemão foi planejada quase dois meses antes, como revela um mapa interativo que detalha a ação da polícia. O secretário ressaltou que quase um terço dos envolvidos na operação eram de fora do Rio, indicando que esses complexos tornaram-se o quartel-general do Comando Vermelho em nível nacional. Além disso, a polícia destacou casos sensíveis de criminosos de outros estados que atuavam como chefes do tráfico em suas regiões de origem. Ainda, foi mencionado que todos os presos tiveram prisão preventiva decretada na audiência de custódia.

Os desdobramentos da operação têm gerado impactos na cidade, com bares cancelando programações e eventos suspensos devido à sensação de insegurança. O mapa do crime mostra como são os roubos em diferentes bairros da cidade, evidenciando os desafios enfrentados pelas autoridades para combater o crime organizado. A busca por corpos na mata da Vacaria, onde ocorreram a maioria das mortes, revela a dura realidade enfrentada pelas famílias e pela sociedade diante da violência.

Diante desse cenário complexo, especialistas em segurança pública ressaltam a necessidade de ações integradas e estratégias robustas para combater o crime organizado. A adoção de roupas táticas e de uso militar por grupos de traficantes demonstra a sofisticação e a ousadia dessas organizações criminosas. É fundamental que as autoridades continuem a investigar e intervir de maneira eficaz para garantir a segurança da população e combater a criminalidade em todas as suas dimensões.

O desafio de lidar com a violência e o crime organizado no Rio de Janeiro requer um esforço conjunto de todas as esferas governamentais e da sociedade civil. A transparência e a prestação de contas sobre as operações policiais são fundamentais para o fortalecimento das instituições e a construção de uma sociedade mais justa e segura. É preciso investir em políticas públicas de segurança, prevenção e ressocialização, buscando abordagens mais humanizadas e eficazes para enfrentar os desafios que a criminalidade impõe às comunidades e às autoridades responsáveis pela manutenção da ordem.

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