PM que matou quatro pessoas da mesma família em pizzaria de Porto Alegre é condenado a mais de 10 anos de prisão
Sentença prevê pena de 6 anos e 8 meses de reclusão e 4 anos e 2 meses de detenção. Cabe recurso da decisão. Juíza determinou imediata prisão do PM e perda do cargo público.
Entenda: Vídeo mostra briga que acabou com quatro mortos por PM em pizzaria do RS
O policial militar Andersen Zanuni Moreira dos Santos, de 29 anos, foi condenado a mais de 10 anos de prisão por matar a tiros quatro pessoas da mesma família em uma pizzaria da Zona Norte de Porto Alegre, em 2021. A sentença prevê pena de 6 anos e 8 meses de reclusão e 4 anos e 2 meses de detenção, em regime inicial fechado. Cabe recurso da decisão.
O julgamento foi concluído no final da noite de sexta-feira (31). Andersen foi condenado 3x por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar), 1x por homicídio privilegiado (quando a ação é desencadeada por forte emoção) e violação de domicílio. Ele foi absolvido do crime de vias de fato.
A juiza Eveline Radaelli Buffon determinou ainda a imediata prisão do PM e a perda do cargo público. Andersen chegou a ficar preso preventivamente por 311 dias, mas recebeu liberdade provisória em junho de 2022.
Os advogados David Leal, Jader Santos e Christian Tombini, que representam Andersen Zanuni Moreira dos Santos, informaram que pretendem recorrer da decisão.
Os quatro homens mortos eram os irmãos Cristian e Cristiano Lucena Terra, de 33 e 38 anos, respectivamente; o primo deles, Alisson Correa Lucena, de 28 anos; e o sobrinho, Alexsander Terra Moraes, de 26 anos.
RELEMBRE
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O caso aconteceu na madrugada de 13 de junho de 2021, em uma pizzaria na Avenida Manoel Elias, em Porto Alegre. Após atirar contra as vítimas, Andersen se apresentou à polícia alegando legítima defesa.
“Todas as vítimas, que possuíam laços de parentesco, encontravam-se em seu lar, desfrutando de um momento de serenidade, em celebração ao aniversário de um membro da família. Tratavam-se de quatro homens trabalhadores, de condição humilde e de caráter íntegro (…) O acusado, munido de armamento da corporação, (…) com treinamento militar e pleno domínio dos protocolos de reação, conscientemente, escolheu não agir de maneira apropriada, mas sim empregar a covardia e a violência desmedida contra essas pessoas indefesas”, afirma o promotor Francisco Saldanha Lauenstein.
Na denúncia apresentada ao Judiciário, o MP sustentou que Andersen, “sem ter desferido sequer um tiro de aviso, passou a alvejar uma das vítimas de forma letal com sucessivos disparos”.
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