Casal que viajou de Corcel do PR ao AM recebeu propostas de compra pelo caminho:
‘Poderíamos ter vendido o carro mais de dez vezes’

Hilário e Janete saíram de Toledo (PR) e cruzaram o país em nove dias até chegar
a Humaitá (AM), para entregar ao Corcel ao comprador do carro. Veículo tem 48
anos e não apresentou nenhum problema durante o trajeto.

O casal que viajou em um Ford Corcel 1977
de Toledo, no oeste
do Paraná, para entregá-lo a um novo dono em Humaitá, no Amazonas, recebeu
diversas propostas de compra pelo trajeto. Janete Niedermeyer e o marido Hilário
Zaltron, contaram que foram abordados por várias pessoas interessadas.

> “Poderíamos ter vendido o carro mais de dez vezes. As pessoas admiravam e
> parabenizavam pela coragem”, brincou Janete.

O Corcel tem 48 anos e não apresentou nenhum problema durante os quase três mil
quilômetros percorridos na viagem, que durou nove dias. Apesar das longas horas
de estrada, segundo Janete, o maior desafio foi a falta de ar-condicionado.

A viagem no Corcel terminou em Humaitá, onde o veículo aguarda uma balsa para
seguir até Manaus, capital do Amazonas.

O Corcel, um modelo clássico da Ford, foi produzido no Brasil de 1968 a 1986.
Pela revista Autoesporte, foi eleito como “Carro do Ano” em 1969, 1973 e 1979.

VIAGEM SURGIU DEPOIS QUE O CARRO FOI VENDIDO AO IRMÃO DE HILÁRIO

Com mais de 100 mil quilômetros rodados, o carro foi vendido por R$ 20 mil ao
irmão de Hilário, o Vilson Zaltron.

O casal contou que a ideia de fazer o trajeto com o próprio Corcel, quando não
conseguiu um serviço de frete que levasse o carro. A viagem, além de um negócio
comercial, virou uma aventura.

> “Ele pediu se a gente não levaria o carro pessoalmente. Aí eu topei. Tirei 15
> dias de férias e fomos. Foi uma aventura. Tem que preparar bem o psicológico
> pra conseguir fazer”, disse.

O casal percorreu cerca de 600 quilômetros por dia, com paradas em Campo Grande
(MS), Cuiabá (MT), Vilhena e Ariquemes (RO), onde aproveitaram para
visitar parentes.

Em Humaitá, eles encontraram Vilson. Agora ele planeja completar o percurso até
Manaus, assim que houver espaço disponível na balsa. A travessia leva de seis a
sete dias.

> “O carro precisa ir de balsa de balsa porque, se não, é muita estrada de chão
> e é ruim”, explicou Janete.

Após a entrega, Hilário e Janete voltaram para o Paraná de avião.